“Futebol não é pra mulher”

Opinião

João Lucas Feldens Catto

João Lucas Feldens Catto

Advogado desportivo

“Futebol não é pra mulher”

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Qual é? Quem disse que futebol não é pra mulher?
É meus amigos, é época de Copa do Mundo. Em novembro foi o mundial masculino e agora é vez do mundial delas.

Mas apesar desse entusiasmo, a jornada das mulheres no futebol é de superação, resiliência e conquistas, especialmente porque a permissão para elas praticarem o esporte é bem recente.
Por décadas, o futebol foi considerado um esporte exclusivamente masculino, com as mulheres enfrentando resistência feroz ao tentar entrar nesse território proibido.
Marcado por barreiras culturais, estereótipos de gênero e preconceitos, o futebol feminino ainda é recebido com enormes críticas pela opinião popular:
“Futebol feminino é feio. Elas não têm noção nenhuma”.
Será?
A primeira Copa do Mundo Masculina ocorreu em 1930, quase 100 anos atrás.
Assista as partidas de futebol dos tempos antigos e você vai chegar à conclusão: “Futebol é feio. Eles não têm noção nenhuma“.

Pois é, só muda o gênero. O esporte é o mesmo.
As partidas masculinas daquela época são completamente diferentes das de hoje. O futebol feminino também é diferente do seu início.

A luta delas por igualdade no esporte começou a ganhar força apenas no fim do século XX, quando vozes corajosas começaram a questionar a falta de oportunidades para as mulheres no futebol.
O grande marco ocorreu apenas em 1991, com a realização da primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino. Esse evento histórico trouxe visibilidade sem precedentes para elas, permitindo que talentos emergentes começassem a mostrar suas habilidades ao mundo. Essa exposição desempenhou um papel fundamental na mudança de percepção em relação ao futebol feminino, à medida que mais pessoas passaram a assistir a paixão que essas atletas traziam para o campo.

É um período muito curto desde que as mulheres tiveram direito de praticar o esporte e muita coisa evoluiu desde então. Porém, mesmo com esse progresso, elas ainda enfrentam muitos desafios como falta de apoio, estrutura e reconhecimento. Por isso a continuidade da modalidade depende cada vez mais do engajamento contínuo de todos envolvidos.

E por falar em continuidade, se o futebol masculino tem em sua eternidade o Rei Pelé, o futebol feminino ainda tem em campo a sua majestade. A Rainha Marta é umas das vozes mais fortes da modalidade, lutando por igualdade e servindo de inspiração a outras jovens atletas.

Essas mesmas jovens atletas que, já na estreia da Seleção Brasileira deram show! Brilharam com uma vitória por 4×0, com direito a golaço (raro até mesmo para o futebol masculino).

Pois bem, assista a partidas da primeira Copa do Mundo Feminina e faça um comparativo com essa de 2023. É nítida a evolução delas ao longo dos anos. E olha que estamos falando de um processo de apenas 32 anos entre uma Copa do Mundo e outra.

A evolução do futebol masculino, em seus primeiros 32 anos, não chega nem perto da evolução que as mulheres tiveram nesse início! Essa evolução é um trunfo para a igualdade e uma vitória para o Futebol Feminino.

Boa sorte, meninas! Que esse novo capítulo do futebol seja escrito com a convicção de que vocês podem, e devem, ser protagonistas do jogo mais bonito do mundo.

 

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