Enchentes, secas e ciclones são alertas para mudança de atitude

Viver Cidades

Enchentes, secas e ciclones são alertas para mudança de atitude

Participantes do painel Viver Cidades apontam que o momento de rever posturas diárias é agora, sob pena de sofrer impactos piores no futuro

Por

Atualizado quarta-feira,
09 de Julho de 2023 às 14:29

Enchentes, secas e ciclones são alertas para mudança de atitude
Painel do projeto Viver Cidades propôs reflexão sobre as cheias do Taquari
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O painel Viver Cidades propôs uma reflexão a partir do tema “O que o meio ambiente nos mostra com a cheia do rio Taquari?” O programa ocorreu na terça-feira à noite, no estúdio da Rádio A Hora 102.9 e contou com a participação da professora e pesquisadora do programa de pós-graduação em biotecnologia da Univates, Elisete Maria de Freitas, do coordenador da Defesa Civil de Encantado, Roberto Pretto, e da bióloga e coordenadora do Centro de Educação Ambiental de Lajeado, Edith Ester Zago de Mello.

Dados como o recorde de calor no planeta em junho, a enchente no Vale do Taquari, o calor de 30º e a geada neste mês e a alternância de seca e de chuva intensa nos últimos anos têm demostrado um desequilíbrio natural.

Edith destaca que estes eventos climáticos sempre ocorreram, entretanto, com menos intensidade, frequência e duração. “O que nos chama atenção são os recordes, como de temperatura.” A bióloga acrescenta que estes fatores têm se mostrado muito importantes a mudança climática.
Elisete concorda e acrescenta que há previsão 1 grau de alta na temperatura dos oceanos. Os últimos registros, segundo a pesquisadora, apontam aumento em torno de 2,4 graus. “Agora vamos para cerca de 3,6 graus, isso é catastrófico.” Pretto observa: “ É um aumento de 50%”.

Estas alterações, concordam os painelistas, estão diretamente relacionadas às ações humanas. “Estamos destruindo florestas e aumentando a emissão de gás carbônicos”, ressalta Edith.
Pretto lembra de 2020. “Vivíamos uma forte seca, em seguida tivemos a maior enchente de todos os tempos e depois entramos em nova seca.” Segundo ele, as cidades vão ter que mudar sua postura frente ao rio e às inundações. “Temos que cuidar das barrancas e precisamos afastar as pessoas que moram na beira do rio.”

Informação

Para Elisete, a tempo atrás não haviam informações, diferente do quadro atual. “Precisamos abrir a nossa cabeça. Não é suficiente buscar alternativas para solucionar os problemas causados pelos eventos, mas adotarmos ações de prevenção. É no dia a dia, com a maneira de consumir, por exemplo.”

Comportamento

Na cheia deste mês, logo que a água baixou, era possível ver entulhos de todos os tipos, e o cheiro de esgoto era forte. A bióloga é enfática: “Aparece tudo que é jogado no rio.”
Pretto observa que a bacia Taquari-antas é formada por 98 municípios, e o vale está na parte mais baixa. “O rio vem com muita força e, por conta da altitude, o vale recebe esta água de forma muito rápida,e sem condições de drenagem.” Elisete acrescenta que os impactos são a destruição das margens e grandes quantidades de área de solo sendo levadas. “Este solo se deposita em outros locais e acaba modificando o leito do rio.”

Pesquisadores e voluntários trabalham no plantio de vegetação das margens, especialmente do rio Forqueta. “Em um ano, conseguimos reconstituir floresta na margem. Isso nos ensinou que, sim, é possível melhorar.” A professora Elisete finaliza: “Digo sempre aos meus alunos, a natureza nos dá todas as respostas, inclusive com esses impactos e eventos. Temos que nos sensibilizar e agir.”

Acompanhe
nossas
redes sociais