Potencial de consumo do Vale supera R$ 16,3 bilhões

ECONOMIA E NEGÓCIOS

Potencial de consumo do Vale supera R$ 16,3 bilhões

Em 38 cidades, consultoria apresenta relatório sobre movimentação econômica prevista para 2023. No RS, Lajeado ocupa a 18ª posição em termos de gastos dos moradores em produtos do comércio, em serviços, moradia e investimentos

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Potencial de consumo do Vale supera R$ 16,3 bilhões

As famílias do Vale do Taquari gastarão mais de R$ 16,3 bilhões neste ano. É o que aponta o Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps). Calculados por uma consultoria de São Paulo, a pesquisa considera informações sobre compras no comércio, nos serviços, moradia, além de investimentos feitos pela população.
Para montar o perfil de cada município, a consultoria busca dados demográficos, número de empresas e potencial de consumo em 22 categorias segmentadas por classe social.

O total da região representa cerca de 4,5% do consumo previsto em todo o RS. Nos 493 municípios gaúchos, o montante previsto alcança R$ 464,4 bilhões (representa 6,9% do total no país). Pelo diagnóstico da IPC Marketing Editora, os três estados do sul têm residências com rendas mais altas, o que coloca Paraná, Santa Catarina e o RS na segunda posição do ranking nacional.

Na região, o destaque fica com Lajeado. Para o ano, a estimativa aponta um consumo acima dos R$ 4,2 bilhões. Em termos estaduais, esse patamar coloca o maior município do Vale na 18ª posição. A economista, doutora em Desenvolvimento Regional, Cintia Agostini, considera esse resultado positivo.

“Está muito associado a diversidade e dinâmica econômica. Lajeado é uma cidade de médio porte, com características urbanas”, diz. Como cerca de 70% do Valor Adicionado Fiscal provém dos setores da indústria, comércio e dos serviços, há mais poder de consumo do que alguma cidade com perfil agropastoril.

“Lajeado e o Vale do Taquari como um todo, têm uma renda familiar de média para alta. Junto disso, o custo de vida não é elevado. Então a população tem um nível de consumo mais elevado”, avalia a economista.
Entre as economias mais movimentadas da região em consumo, os municípios mais urbanizados ocupam as primeiras colocações. Depois de Lajeado, aparecem Estrela (52ª no RS), Teutônia (58ª), Taquari (87ª), Encantado (90ª) e Arroio do Meio (97ª).

Menos compra e mais gastos

Apesar dos desafios do varejo, frente ao aumento da inadimplência, a loja Certel de Teutônia registra avanço no faturamento desde 2017. O gerente comercial, Samuel Eduardo Maders, acredita que isso se deve à segurança financeira dos moradores do Vale. “A região tem uma classe média forte, que sofre menos os impactos do cenário macro do país. Isso dá mais mais previsibilidade e tranquilidade”, comenta.

O crescimento anual no faturamento, no entanto, não significa que a loja tenha vendido mais peças, já que a inflação tem deixado os produtos mais caros. Na análise de Maders, as pessoas estão comprando menos, mas gastando mais. Alta nas taxas de juros e inflação contribuem para o cenário. A expectativa é que o cenário melhore até o fim do ano.

Boas perspectivas para o ano

No outro lado do Vale, em Encantado, as perspectivas também são positivas. Na Machado Agropecuária, o tíquete mensal de compras tem crescido a cada mês. Com produtos direcionados ao público urbano, o centro comercial registra crescimento desde que abriu as portas, em novembro de 2022.

Em maio, foram R$ 194 mil em vendas, número bem avaliado pelo proprietário Eloí Machado dos Santos, que percebe o público mais entusiasmado. A meta para 2023 é concretizar R$ 2,1 milhões em vendas. Para alcançar os objetivos, a aposta principal é no marketing, com foco no digital.

Os setores de agropecuária e agroindústria, que atendem todo o RS, também estão com bons resultados. “Tivemos uma super safra em todo país e a tendência é que o segundo semestre seja melhor que o primeiro. As perspectivas para o fim do ano são positivas. A parte mais difícil passou”, avalia Santos.

A perspectiva de redução dos de juros e estabilização da inflação também animam o empresário. “Assim, as pessoas conseguem fazer o dinheiro render mais. O poder aquisitivo tende a melhorar”, comenta. Se somam as boas expectativas no segmento agro a liberação de valores do Plano Safra.

Como é feito o índice de consumo

A pesquisa IPC Maps contempla o perfil de consumo das populações urbanas e rurais dos 5.570 municípios do país;

As informações são organizadas por regiões demográficas, unidades da federação, e municípios como unidades referenciadas de consumo;

Considera também o número de empresas e o potencial de consumo em 22 categorias segmentadas por classe social;

É uma ferramenta usada para ajudar na tomada de decisões estratégicas nos negócios, como expansão de mercado, segmentação de público-alvo e definição de estratégias de marketing.

A pesquisa é desenvolvida pela IPC Marketing Editora, uma empresa especializada em pesquisas de mercado e comportamento do consumidor.

 

 

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