III Continuada Livre

Opinião

Jandiro Koch

Jandiro Koch

Escritor

Colunista do Caderno Você

III Continuada Livre

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Pulando de postagem em postagem, como todo bom candidato a adicto das redes faz, passei pela fala das gurias do Volúpia Bar, de Lajeado. Sentiram necessidade de esmiuçar que a terceira Parada Livre no Vale do Taquari – que vai rolar no dia 17 de junho em frente à Casa de Cultura lajeadense -, significa mais do que festa.

Trata-se de um debate antigo, que já gerou desavenças pelo mundo, onde esses eventos ocorrem há muitos anos. No quesito temporal, aliás, vale-taquarienses vêm sempre a reboque. Tanto com as primeiras festas GLS, pelos anos 2000, quanto nos primeiros movimentos organizados, que remontam a 2003, quando aconteceu uma tentativa frustrada de criar o ELOS – Grupo de Identidade Homossexual, em Estrela. Nessa época, Porto Alegre e outras metrópoles fervilhavam.

Contextos de interior têm realidade distinta. Tentei elaborar um panorama local no livro “Sociedade à espreita” (2019), no qual destaco elementos que nos diferenciam de centros urbanos. Acontece que o nosso momento chegou, as socializações passaram a acontecer, os coletivos se tornaram cada vez mais atuantes, especialmente a partir do precocemente encerrado Núcleo da Diversidade, criado em 2017, vinculado ao DCE da Univates. Mais recentemente, veio o expressivo Vale Diferença.

Voltando à questão, creio que está menos quente. Nos demais lugares, assentaram o entendimento de que as manifestações pró-diversidade não precisam se dar da mesma forma e nem ter a mesma trajetória histórica. Faz parte o ativismo individual e é nesse que me afirmo. Esse mês lanço “O gaúcho era gay? Mas bah! 1737-1939”, pela editora Estúdio-MAR, livro com várias imagens e textos. Uma espécie de mapeamento comentado de nossa “ancestralidade” LGBTQIAPN+, estudo focado no Rio Grande do Sul. Liguem o radar.

Faz parte a militância em ONGs e associações. Faz parte o festerê das paradas. As fronteiras são indefinidas, mas todos têm relevância e estão no campo da politização. No próximo dia 17, pessoas que precisam gastar um bom tempo explicando que existem e que têm direito a ter uma vida, podem botar a alegria na rua – merecido. Antes que alguém venha dizer que não existe orgulho hétero, por exemplo, digo que eles celebram suas existências e relações o tempo todo. Não? O que mais são as festas de casamento, os bailes em que dançam os casais, todos os encontros em que vão de mãos dadas, as postagens no Instagram? Oras!

Parabéns, Vale Diferença! Parabéns especial, Volúpia! É a terceira? Então é Continuada Livre – como pretendemos seguir.

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