No bairro Santo Antônio, uma biblioteca em uma garagem tem chamado a atenção de quem passa pela rua 19 de Abril. Há dois meses, a moradora Beatriz Conceição Alves de Lima, mais conhecida na comunidade como “Môci”, mudou a utilidade de um dos espaços da sua casa.
No início do ano, Môci participou de um curso que reuniu seis moradores do Santo Antônio. Eles foram desafiados a fazer algo para melhorar o bairro. Logo, ela teve a ideia de montar uma biblioteca. Ainda sem saber se daria certo, no fim da tarde do dia 9 de abril ela preparou o espaço, que até então era uma garagem, montou algumas prateleiras, organizou os livros que já tinha, colocou um tapete no chão, uma mesa e cadeiras para as crianças.
O projeto logo ficou conhecido na vizinhança. Ganhou o nome de “Ciranda, histórias para as crianças” e surgiu com o objetivo de ser uma ação para envolver toda a família. “Por aqui aparecem crianças, adolescentes, pai e mãe. Se um lê, todos leem”, conta.
Na prática, qualquer pessoa pode entrar no espaço, pegar um livro, levar para casa, ler, e depois devolver. “E está funcionando muito bem”, comemora.
Todos os livros que estão na biblioteca comunitária foram recebidos como doações. Nos primeiros dias as mães levavam os seus filhos para o local e para ajudar o projeto deixavam por lá outros livros que tinham guardados em casa. Para aumentar o acervo, Môci aceita doações da comunidade. “Posso ir buscar, ou se a pessoa quiser pode trazer aqui e aproveita para já conhecer a biblioteca”, convida.
Contação de histórias
Môci quer ir além e explorar outras possibilidades de ações no espaço. A ideia dela é estimular a leitura com as crianças por meio da contação de histórias. “Quero receber elas aqui durante uma tarde, poder oferecer um lanche e ter alguém para ler um livro”. A atividade já aconteceu uma vez e ela planeja repetir mais vezes com a ajuda da filha Veridiana e do neto Alan.
“Fico muito feliz em fazer a diferença na minha comunidade. Sempre gostei de trabalhar pelo meu bairro. Sempre morei aqui, criei meus filhos aqui. Por isso esse projeto é tão especial. Para mim é uma alegria. As crianças são o nosso futuro. Todos os dias tem criança aqui, é gratificante quando escuto barulho de alguém na biblioteca”, conta emocionada.