O futuro dos  hospitais

Opinião

Marcos Frank

Marcos Frank

Médico neurocirurgião

Colunista

O futuro dos hospitais

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Na virada do mês, fomos a São Paulo junto com representantes da Univates à um congresso realizado no Hospital Albert Einstein, chamado “Frontiers in Medicine”. O objetivo era entender para onde os grandes hospitais estão indo e que impacto as novas tecnologias trarão aos hospitais. E também como preparar os alunos de medicina para as mudanças que virão.

Foi animador perceber em todas as apresentações o selo da “World Best Hospital” da Newsweek, com o qual também fomos distinguidos: Sheba Medical Center (11 no mundo), Albert Einstein (34 no mundo, 1 no Brasil) em uma lista de elite de hospitais onde o HBB figura na posição 91 do Brasil.

Nesses novos tempos que já estão acontecendo, o uso de dados é uma tendência sem volta, e nos trará uma medicina muito mais personalizada, tanto no diagnóstico com cada vez mais testes genéticos, como no tratamento onde os medicamentos e tratamentos serão escolhidos de acordo com o DNA do paciente. Só que em meio a esse cenário de uso de dados genéticos e algoritmos na saúde, as questões envolvendo ética e segurança de dados vão andar em paralelo nos próximos anos.

Os hospitais também estão de olho no mercado de medicina preventiva devido ao envelhecimento da população, que provocará o aumento no número de casos de doenças crônicas. Esses pacientes demandam um acompanhamento constante a fim de evitar que tenham crises agudas e sejam internados. Nesse caso especifico, a cidade de Lajeado está perto de comprar um software que permite integrar dados de toda rede de saúde (interoperabilidade) e permitirá racionalizar custos, exames e atendimentos. Em um futuro próximo em Lajeado, não se imagina mais um paciente chegando a um hospital como um desconhecido, pois toda a história dele já estará disponível no sistema.

O aumento da segurança do paciente também é ponto fundamental: prescrição medica eletrônica e sem papel, utilização de códigos de leitura óptica por máquinas (código de barra) na administração de medicamentos e distribuição de medicamentos por dose individualizada. Tudo isso já é realidade no HBB.

Para o próximo passo, esqueça da sua privacidade. No hospital Albert Einstein, imagens e dados vitais dos pacientes em áreas críticas são monitorados em uma central e ocorre intervenção ativa se for detectado risco para o paciente. Novos tempos, novas técnicas.

E, para quem achava que o Metaverso estava morto, é bom saber que ele terá um papel importante no treinamento e na educação médica, ainda mais depois da chegada da tecnologia 5G, que permitirá conectar milhares de dispositivos em tempo real e sem tempo de latência. Isso ampliará a telemedicina, revolucionará o ensino medico e tornará possível cirurgias robóticas com acompanhamento em tempo real.

E por falar em cirurgia robótica, a cirurgia digital e especialmente a robótica, acabarão por combinar informação em tempo real sobre a anatomia do paciente e os movimentos efetuados pelo cirurgião, de modo a poder corrigir ou mesmo bloquear as manobras que não estejam sendo executadas com precisão suficiente.

Do mesmo modo, a combinação com técnicas de imagem permitirá a identificação em tempo real de estruturas que nem sempre são fáceis de identificar ou que estão situadas em planos profundos, permitindo manobras mais precisas. Com a cirurgia robótica, começa a chegar ao fim a minha geração de cirurgiões. Nós operávamos estruturas anatômicas com, no máximo, a interposição de microscópios ou vídeos. Os cirurgiões do futuro operarão dados.

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