“É indescritível a emoção que sentimos após a chegada”

ABRE ASPAS

“É indescritível a emoção que sentimos após a chegada”

Ronilda Ávila tem 70 anos e no fim de semana correu por cinco horas na Maratona Internacional de Porto Alegre, um total de 46 quilômetros. A teutoniense treina toda semana e se prepara para a sua 10ª prova em Santa Cruz do Sul, no fim do ano

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“É indescritível a emoção que sentimos após a chegada”
Ronilda Ávila, 70 (Foto: Arquivo pessoal)
Lajeado

Quando começou a correr?

Maratona foi aos 45 anos. Nunca é tarde para começar. Iniciei no mundo das maratonas em Porto Alegre, fiz mais três em Santa Cruz, e nunca mais parei.

Como é a preparação para maratona?

Eu faço uns quatro treinos por semana. Aí, quando está mais perto da prova, um mês ou dois meses antes, faço trajetos mais longos, de 30 ou 38 quilômetros. Outro dia saí daqui de Teutônia e fui até o Cristo Protetor, em Encantado. Foram 44 quilômetros. Agora estou morando no interior, então faço meus treinos na Lagoa da Harmonia, Linha Geralda, no Roncador.

De onde vem a motivação?

Há 14 anos eu só fazia caminhada. Minha filha e meu esposo sempre corriam e eu achava que não podia porque sou hipertensa. Aí falei com meu cardiologista, ele fez meus exames e disse que eu poderia correr, que até seria bom para minha saúde. Depois disso não parei mais. É muito bom. A gente faz muitos amigos. Não tem explicação, não tem como falar. Cada corrida que a gente faz, desde a primeira que faço, ouço o comentário das pessoas e isso me dá força. A gente nunca mais esquece.

A senhora iniciou na maratona aos 45 anos. Mas sempre foi maratonista ou já corria antes?

Já corria antes. Fazia corrida de rua, rústica. Comecei a correr mesmo aos 42 anos. Aos 45 começaram as maratonas.

E o que levou a senhora para corrida?

Eu era muito depressiva. Aí uma vez um médico falou que eu era muito nervosa e que deveria fazer caminhada. E aí eu comecei. Como minha filha e meu esposo sempre correram, depois eu comecei a correr.
Sou trilheira também. Você não imagina como é gratificante. Eu tenho um jeito que quando eu corro eu faço tipo um assobio. Aí, lá em Porto Alegre, eram 6 mil pessoas, mas quando eu dei aquele assobio um senhor olhou para traz e disse “Ah, trilheira, você também está aqui”. Isso é muito gratificante.

Nem pensa em parar?

Não. Jamais. Eu digo para as pessoas que não tem idade para correr. Isso é muito bom.

O que sente quando corre e depois que cruza a linha de chegada?

Correr é tudo de bom. Faz eu me sentir realizada. Fico muito feliz em poder participar de provas tipo corridas de rua, trilhas, maratonas e ultramaratonas. Além de muitos benefícios que ganho. Durante o percurso eu sinto o prazer de ver amigos e outros atletas, tem momentos que eu me emociono porque lembro que tive tantas dificuldades, problemas de saúde e superar isso é inexplicável. Eu particularmente tenho a felicidade de participar desta modalidade esportiva, nos conecta com a natureza, com Deus. É fantástico.

A linha de chegada é vencer um desafio, a festa das torcidas que estão assistindo, a família me incentivando. É indescritível a emoção que sentimos após a chegada, a congregação com outros atletas que concluíram a prova é emocionante e nos mostra o quanto o desafio foi vencido.

 

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