O horror,  o horror

Opinião

Marcos Frank

Marcos Frank

Médico neurocirurgião

Colunista

O horror, o horror

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Não se pode de sã consciência querer que nossos governantes cometam suicídio político. Afinal, são anos de prática em prometer, driblar, ludibriar, enrolar e até roubar como ficou claro nas últimas décadas.
Mas o fato de termos ex-presidentes, senadores, deputados e governadores envolvidos em ilegalidades só mostra o quanto somos passivos e transigentes com a corrupção e o crime, afinal muitos deles seguem na vida pública com nossos votos.

Suspeito até que muitos de nós, hoje indignados com tamanha desfaçatez, fariam coisa parecida se chance lhes fosse dada.

Agora que se retirou o véu que cobria aquilo que suspeitávamos nos indignamos: Como podem nossos políticos não cumprir as regras, as leis e a constituição?

Mas serão eles tão diferentes assim de nós? Afinal, nós o povo também não gostamos de cumprir as normas que regem a vida em sociedade.

Trânsito, impostos, violência interpessoal, ética profissional tudo obedece a aquele nosso instinto transgressor que chamamos quase de maneira pueril de “jeitinho brasileiro”.

Falando assim parece algo menor, quase uma peraltice, mas é algo que marca toda nação.
Afinal, há anos desconfiávamos que o dinheiro investido nas campanhas é muito superior à soma dos salários dos nossos representantes. Muitos ficavam se perguntando por que alguém faria tão mau negócio? Agora entendemos melhor os motivos.

Também há tempos sabemos da incompetência administrativa de nossos governantes. Das escolhas feitas por eles para ministérios e cargos públicos, os famosos “cargos de confiança”. Hoje, para além de desconfiar, não mais confiamos nessas escolhas.

Nossos escolhidos faliram nossas maiores empresas, deixaram empreiteiros nos roubar, transformaram os presídios em masmorras medievais e nos encheram de impostos e taxas. Sempre contando com nossos votos.
Tantos erros não podiam resultar em coisa boa.

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