Em nota oficial assinada pelo presidente da Comissão Executiva, Edegar Bizarro, e o presidente do Conselho de Ética, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Encantado comunicou a expulsão do vereador Roberto Salton. O argumento é de que o filiado infringiu as normas de disciplina partidária estabelecidas no estatuto.
Entre os deveres violados estão o desrespeito com o atual presidente da sigla; a não concordância às posições partidárias em votações de interesse da legenda; o fato de ter se posicionado em diversas ocasiões como entrave ao acordo firmado, via coligação, com a atual gestão municipal; a falta de lealda- de à sigla pela postura adotada no início dos trabalhos legislativos; e a não contribuição financeira para a manutenção do PDT local.
A partir de agora, Salton será notificado pela executiva municipal e terá um prazo para apresentar recurso. Depois, o processo será encaminhado à executiva estadual, que decidirá se acata ou não a exclusão da filiação. “Independente da posição em nível estadual, ele não tem mais espaço no PDT de Encantado”, antecipa Bizarro.
“Penalização que não existe”
O parlamentar repercutiu o assunto na tribuna, durante a sessão itinerante da Câmara de Vereadores realizada na segunda-feira, 29, na comunidade de Linha Argola. Após fazer um breve relato sobre sua trajetória profissional e política, com foco nas ações, projetos sociais e conquistas de emendas parlamentares para investimentos no município, Salton falou sobre a nota do partido.
Segundo ele, o verdadeiro motivo para a decisão do partido em afastá-lo não corresponde ao divulgado na nota. “É simplesmente porque, nas últimas eleições, eu apoiei um candidato a deputado estadual que não era o preferido da executiva municipal”, afirmou o político, referindo-se à campanha que fez para Eduardo Loureiro, atual líder da Bancada do PDT na Assembleia Legislativa, e para Afonso Motta, deputado federal. A maioria dos pedetistas encantadenses trabalhou para o então candidato José Odair Scorsatto, o mais votado na cidade, com 1.205 votos.
“Recebi a todos os candidatos do meu partido, mas disse que tinha compromisso com o Loureiro, pelas ações políticas em prol do autismo, e com o Motta, pela emenda destinada à creche do Porto XV. Estou sofrendo uma penalização que não existe”, acrescentou. Conforme o vereador, integrantes da executiva estadual já têm conhecimento da situação. “O PDT local não tem competência para fazer isso”, afirmou.