Quem passa pelas margens do lago do Parque dos Dick, encontra uma fauna diversificada. Além dos já conhecidos patos e outras aves, ali também vive uma família de ratões-do-banhado. Um roedor de cor cinza-amarelada com as laterais claras e barriga branca.
Apesar de pertencerem à mesma família, esses animais são maiores do que um rato e menores do que uma capivara. Com membranas entre os dedos nas patas superiores, são nadadores, vivem entre a terra e a água. No parque de Lajeado, eles são avistados próximo ao letreiro da cidade, do lado esquerdo de quem chega ao lago pela Rua Santos Filho.
Ruben Kipper, 82, e Marta Kipper, 77, costumam caminhar pelo lugar todas as manhãs e já viram os animais algumas vezes. De acordo com Ruben, são pelo menos cinco da espécie que residem nas águas do parque. O morador acredita que os ratões já se acostumaram com as pessoas que circulam pelo local.
“Eles são queridos, deixam a gente tirar foto”, observa outra moradora de Lajeado, Ana Mitchell, 39. Ela conta que, há mais de um mês, viu dois ratões-do-banhado no lado oposto do lago. Com uma pausa nas caminhadas pela redondeza, ela só voltou a ver os animais nesta semana. Como professora de geografia, a espécie despertou o interesse dela, que busca as margens do lado para caminhar justamente para observar os animais.
Em águas doces
O ratão-do-banhado, assim como outros roedores de grande porte, prefere viver em climas quentes, mas frescos. Pode ser encontrado próximo de água doce, em locais como lagos e rios com pouca correnteza. Animal nativo da América do Sul, hoje é avistado no sul do Brasil, Argentina e Chile.
A bióloga e coordenadora do Jardim Botânico de Lajeado, Edith Ester Zago de Mello, explica que o Arroio Encantado, que forma o lago do Parque dos Dick, é um habitat natural do ratão-do-banhado. Também há presença do animal em outras áreas da cidade, como o Jardim Botânico e bairros com áreas verdes próximas a corpos hídricos.
“Como são poucas as áreas de mata remanescentes em Lajeado, cada vez mais é possível avistar estes animais nas áreas urbanas. Há alguns dias, um popular avistou um ratão-do-banhado no meio da cidade, no São Cristóvão”, conta.
Cuidado com as doenças
A profissional destaca que o animal pode ser um reservatório de doenças de acordo com o local que habita e se tiver contato com algum agente patogênico. Por isso, a recomendação é não tocá-lo e muito menos se alimentar dele.
“Algumas pessoas ainda utilizam esses animais na alimentação. Lembrando que é crime matar ou perseguir qualquer animal silvestre e o consumo da sua carne gera risco à saúde”, destaca a bióloga. De acordo com Edith, outras espécies ligadas a ambientes úmidos também habitam o parque, como os maçaricos-do-banhado, garças, martins-pescadores, biguás e cobras d’água.
Sobre a espécie
– Seu nome científico é Myocastor coypus;
– Alimenta-se de gramíneas, raízes e plantas aquáticas. Também pode se alimentar de caramujos e, eventualmente, pequenos peixes;
– É um animal altamente sociável e prefere permanecer em grupos familiares contendo de dois a 12 membros;
– Um ratão-do-banhado pode ficar debaixo d’água por mais de 10 minutos;
– A espécie pode atingir até um metro de comprimento, levando em conta o corpo e o rabo.
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