Ninguém mais suporta a EGR

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Ninguém mais suporta a EGR

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

“Bombeiros, por favor, peguem um balde com terra e fechem as crateras na Rota do Sol, em Teutônia”. Esse foi o pedido dos policiais rodoviários aos bombeiros voluntários, diante do permanente risco que os buracos na pista ofereciam aos usuários. Com toda a boa vontade e presteza, os bombeiros foram lá, cavoucaram terra e capim as margens da rodovia e despejaram nos buracos.

É o fim da picada. Não estamos falando de uma rua sem fim, no cafundó onde o diabo perdeu as botas. É a RSC-453, que a cada 50 quilômetros tem uma praça de pedágio. Pior que isso foi ouvir o diretor técnico da EGR dizer, na rádio A Hora, que essa parceria com bombeiros é importante para essas horas. What? É inacreditável.

Onze motoristas furaram pneu num mesmo dia, enquanto uma motociclista ficou com ferimentos graves após sofrer acidente em decorrência do acúmulo de buracos na mesma rodovia, entre Lajeado e Venâncio Aires. Transitar neste trecho é um teste de nervos. Na hora de pagar pedágio, você precisa cuidar para não cair num buraco. Sim, meus prezados leitores, têm buracos na pista onde está a praça de pedágio, se é que podemos classificar assim. Penso ser mais correto dizer, praça de assalto.

Vejamos o ridículo: você transita numa rodovia que tem 27 buracos por quilômetro rodado, pista simples, mal sinalizada, fura pneu, cai de moto, se acidenta e ainda é obrigado a pagar um pedágio de R$ 6,30. Olha, se isso é pedágio, o que é assalto?

Manda levantar as cancelas, governador. O senhor prometeu, em repetidas vezes, lá em 2018, acabar com essa excrescência da EGR. Lá se vão quase cinco anos e nada mudou. O desrespeito com os gaúchos é sem precedentes. O caso não seria tão trágico se fosse uma exceção. Mas virou a regra. Entra e sai ano, as coisas só pioram e se multiplicam. A arrecadação se dá em milhões e os serviços voltam em centavos.

Ninguém mais suporta a EGR. A paciência de todos foi para o espaço. Não resta nada capaz de justificar os 10 anos de existência dessa estatal criada por Tarso Genro e mantida por José Ivo Sartori e por Eduardo Leite. Até quando teremos que engolir essa excrescência chamada EGR?

Foto: Bombeiros

 

Quando policiais se socorrem dos bombeiros para fechar buracos em rodovia pedagiada (acima) e cones são necessários para orientar motoristas a desviar das crateras (ao lado), passamos de todos os limites. O desrespeito com o contribuinte chegou ao seu ponto máximo. Crédito: Divulgação


A hora de falar de enchente é agora

Pode até ser estranho, mas é isso mesmo. No fim de semana passado, o Vale do Taquari registrou um volume médio de chuva na casa dos 300 milímetros. Foi água para encher rios e arroios, lotar açudes e ainda inundar ruas e pontilhões.

Atravessamos, no fim de 2022 e nos primeiros meses deste ano, mais uma severa estiagem, cujos prejuízos ainda são contabilizados. A meteorologia indica muita chuva para os próximos meses e uma possível falta no verão seguinte. Nada de novo no front. O que nos cabe diante destes prognósticos é criar políticas públicas e projetos que permitam armazenamento deste volume de água que deveremos receber nos próximos meses. Não adianta falarmos de estiagem quando tudo está seco. A hora de criar alternativas é agora.


Eurovias, o retorno

Já que falamos de rodovias, ao menos da BR-386 vem uma notícia boa. CCR Via Sul anunciou ontem o acerto de negociações com a Eurovias e, até o fim deste mês, as obras de duplicação devem recomeçar.

CCR acerta com Eurovias retomada de obras até o fim do mês

Já faz 30 dias que os serviços foram suspensos – mas o pedágio não – entre Marques de Souza e Estrela. A Eurovias recolheu todas as máquinas, demitiu trabalhadores e desmobilizou todas as frentes de trabalho. Ao que informa a CCR, tudo voltará ao que era antes. Ainda bem, pois os prazos das obras correm e a região tem pressa.


132 anos de Venâncio Aires

Faz trinta anos, mais de 80% da receita de Venâncio Aires dependia do tabaco. Hoje, a partir dos projetos de diversificação da economia, a dependência veio para menos de 50%. Com detalhe: não significa redução de produtividade ou do tamanho da indústria fumageira, mas sim, crescimento de outras culturas que foram introduzidas no âmbito local.

Essa semana, a Capital Nacional do Chimarrão completou 132 anos e vive um dos seus melhores momentos. Já vê sua população passar dos 70 mil habitantes. Por falar em chimarrão, vale visitar a praça da Matriz, em frente a Igreja São Sebastião Mártir, que recebeu faz poucos meses, um calçadão que embelezou ainda mais o principal cartão postal da cidade.

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