“Comecei a surfar depois que descobri o Parkinson”

ABRE ASPAS

“Comecei a surfar depois que descobri o Parkinson”

Portador da Doença de Parkinson há 14 anos, Juliano Majolo, 44, procurou no esporte e na natureza uma forma de manter o bem-estar. Morador de Arroio do Meio, ele é membro do SUP Club Lajeado e, além do Stand Up Paddle, também pratica o surfe.

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Atualizado sexta-feira,
14 de Abril de 2023 às 13:41

“Comecei a surfar depois que descobri o Parkinson”
Crédito: Rodrigo Gallas
Arroio do Meio

Como descobriu que era portador da Doença de Parkinson?

Fui diagnosticado faz mais ou menos 14 anos. Comecei a perceber uma lentidão na coordenação motora e um leve tremor na mão. Percebi logo que tinha algo errado. Procurei especialistas e fui diagnosticado. Hoje em dia temos internet, bastante informação, mas eu sempre procurei os profissionais corretos. Todos que procurei relataram que eu tinha Parkinson, então tratei de me conscientizar, aceitar, e tentar lidar com ela. Meu primeiro ato foi abrir um pouco de mão do trabalho e me dedicar à minha pessoa, ao meu bem-estar. Foi quando saí de Arroio do Meio e fui morar em Garopaba para ficar em meio à natureza.

Foi em Santa Catarina que conheceu os esportes aquáticos?

Eu sempre morei perto do rio, então tive bastante contato com a água. Em Santa Catarina me deparei com a situação do surf. Já tinha ido algumas vezes viajar, mas nunca tinha surfado. Comecei a surfar depois que descobri o Parkinson. Foi um desafio, é um esporte que exige muito equilíbrio, preparo, foco e concentração. Então foi um esporte que me ajudou muito.

E quando conheceu o Stand Up Paddle?

Quando retornei de Garopaba, cerca de um ano e meio atrás. Conheci o SUP Club de Lajeado e desde então faço parte. O Stand Up Clube é hoje tudo que eu preciso. Tem água, contato com natureza, tranquilidade. Fiz muitos amigos nesse esporte. Eu mantenho a sede do clube, não deixa de ser um trabalho, mas para mim é uma diversão. Ocupar a mente é muito importante, e lá eu estou sempre ocupado. Sempre fui muito bem acolhido. Além disso, procuro todos os dias dar uma remada, é algo que também me ajuda. Que mantém o meu equilíbrio.

Como lida com o corpo e o Parkinson hoje em dia?

O tempo que me dediquei ao meu bem-estar fez eu conhecer o meu corpo. Saber o meu limite. Até onde posso ir. Sei que tem coisas que não consigo fazer, limites que não posso passar.

Nessa terça-feira, 11, foi comemorado o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson. O quão importante é ter um momento para falar sobre essa doença?

Para mim todos os dias são dias do Parkinson. Acredito que como qualquer doença degenerativa ou sem uma cura definida, não tem como esconder a nossa situação. Mas foi um dia em que fui agraciado, muitas pessoas me mandaram mensagem. Uma palavra de consolo. Isso faz muita diferença. Saber que pessoas que às vezes mal conheço, querem ver o meu bem-estar. Eu tenho dois filhos, procuro ser forte no dia a dia. Mas muitas vezes a gente está muito cansado. Esse Dia da Conscientização ao Parkinson é importante por isso, por ser um momento de receber carinho e sair mais forte.

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