Corte na carne e  mal-estar em Estrela

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Corte na carne e mal-estar em Estrela

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A decisão repentina do governo de Estrela de suspender o pagamento de diárias para secretários municipais e cargos comissionados gerou muitos burburinhos nessa terça-feira. Nos ambientes da prefeitura municipal, diversas teorias buscavam eventuais culpados ou mesmo as razões para o canetaço do prefeito Elmar Schneider (MDB). E muitos servidores invadiram o Portal da Transparência para investigar quem gastou mais, e quem gastou menos. E a “caça às bruxas” causou muito mal-estar entre os próprios servidores e colegas que atuam no Executivo.

Entre os secretários municipais, por exemplo, quem mais gastou com diárias em 2023 foi a secretária de Educação, Elisângela Mendes, que acumula R$ 6,9 mil neste ano, fruto de viagens a serviço para Brasília e Santa Catarina, onde ela representou o município em diferentes eventos e reuniões. Carine Schwingel, secretária de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade, gastou R$ 3 mil este ano. Ela também viajou para a capital federal faz poucos dias. Os demais secretários não viajaram para fora do Estado e, por consequência, acumulam números bem inferiores.

No total acumulado deste ano, o poder público estrelense já pagou R$ 76 mil em diárias para todo o quadro de servidores. Em anos anteriores, os valores variaram. Em 2022, o governo gastou R$ 256 mil em diárias; em 2021, R$ 117 mil; em 2020, o primeiro ano da pandemia, R$ 102 mil; em 2019, R$ 199 mil; em 2018, R$ 150,6 mil; em 2017, 152,2 mil; em 2016, R$ 112,7 mil; em 2015, 125,1 mil; em 2014, R$ 112,7 mil; e em 2013, o último ano com dados disponíveis no site da prefeitura, o Executivo gastou R$ 122,6 mil.

Questionado sobre a medida, o prefeito salientou antecipação frente às possíveis quedas de receita. “Não queremos ser pegos de surpresa”, afirmou ele. A recente queda no retorno de ICMS e os prováveis impactos junto ao caixa de empresas com grande representação no município são alguns dos temores apresentados pelo gestor. Certo ou errado, Schneider não titubeou para tomar a espinhosa medida. Resta saber até que ponto o desgaste político que recaiu sobre os secretários e comissionados será salutar para o bom andamento da máquina pública. Aguardemos!


Mobília e jardim no Labilá

Inaugurado em agosto de 2022, o Laboratório de Inovação Governamental e Social de Lajeado (Labilá) ainda não está 100% pronto para bem receber o contribuinte ou eventuais empresas. Hoje o aguardado hub público da principal cidade do Vale do Taquari já sedia alguns encontros entre agentes públicos e privados, mas está muito distante de cumprir as funções aguardadas pela comunidade lajeadense. O espaço pensado para potencializar o ecossistema inovador do município já recebeu a mobília.

Mas os móveis ainda não foram montados. Da mesma forma, o pátio (foto) ainda não foi concluído. No fim de fevereiro, o governo prorrogou por 60 dias o contrato com a empresa Sieg Engenharia e Construções Ltda, cujo objeto é a “prestação de serviços no Labilá, contemplando construções em alvenaria, paisagismo, adequações elétricas e mobiliário”. O novo prazo se encerra no fim de abril. E fica a dúvida: é possível concluir o empreendimento até lá?


Novidades e paciência na E-Log

A direção da Empresa Pública de Logística Estrela (E-Log) completa um ano à frente da entidade na sexta-feira. Em função disso, ontem o programa Frente e Verso foi realizado no porto fluvial. Entre as novidades, a projeção de conquistar o complexo portuário de forma “vitalícia” ainda este ano. Eu explico. A “municipalização” do porto de Estrela só perdura até 2041, pois o espaço foi concedido ao governo municipal por apenas 20 anos. E isso gera insegurança nos investidores. Outra novidade é a possibilidade do porto receber uma unidade física do Setcergs, além do segundo Congresso de Logística confirmado para novembro. Ainda é pouco para o potencial do complexo, é claro. Mas é preciso paciência. Afinal, as décadas de abandono não serão recuperadas em 12 meses.


TIRO CURTO

• Em Lajeado, o prefeito Marcelo Caumo (PP) vetou integralmente o projeto de lei do Legislativo que “acrescenta QR CODE à placa informativa de obras municipais que remeta à página com informações sobre a obra no Município de Lajeado”.

• Ontem, durante reunião-almoço da Acil, o prefeito de Lajeado anunciou a intenção de permutar a valiosa área do Daer, localizada no entroncamento entre as avenidas Benjamin Constant e Alberto Pasqualini. Inicialmente, a ideia era vender o imóvel para recompor o caixa do município, já que o Executivo se comprometeu a gastar milhões na ampliação da ERS-130.

• Ainda em Lajeado, ontem saiu o alvará provisório do Bar Volúpia, localizado no bairro Americano. O local é bastante frequentado pelo público LGBT, e tem enfrentado algumas resistências para manter o empreendimento em funcionamento.

• Foi agendado para o dia 12 de maio a inauguração do belvedere do Rio Taquari no bairro Navegantes, em Arroio do Meio. A obra é resquício da histórica enchente de 2022.

• Em Encantado, o terceiro suplente do PSDB, Eldo Orlandino, assume a cadeira do titular Joel Bottoni até a próxima semana.

• Em tempo. As pessoas continuam compartilhando informações, áudios e imagens falsas sobre ataques em escolas da região. Sem perceber, elas potencializam medo e pavor entre amigos, colegas e, acima de tudo, nos próprios filhos. É hora de refletir. E dar um tempo às redes sociais.

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