Foi nesta época, na Páscoa de 2019, que Andressa Luise Weisheimer, 21, colocou o sonho de viver da gastronomia em prática. A jornada como empreendedora começou um ano antes, na escola, com a venda de cupcakes e brigadeiros, os primeiro produtos da microempresa Dessuras. Em meio aos preparos, a moradora de Lajeado sempre preferiu a confeitaria e viu na data uma oportunidade de vender o que produzia na cozinha.
“Comecei a fazer ovos de colher e, mesmo com pouca experiência, vendi algumas unidades para os amigos e família”, conta a confeiteira. Em 2020, depois de uma especialização, ela fez a primeira Páscoa que resultou em lucro e uma nova cartela de clientes. A cada ano, a produção aumenta e Andressa percebe grande demanda para os preparos artesanais. “Nossa produção é pensada para que o cliente sinta que aquilo foi feito à mão, exclusivamente para ele”, destaca.
Este ano, a aposta foi em ovos menores para poder, em um mesmo produto, oferecer variedade de sabores. Os mini ovos foram bem aceitos pelos clientes e, hoje, são campeões de vendas. Para Andressa, o diferencial da empresa está nos bastidores. “Gosto de dizer que somos uma empresa familiar, minha família constrói junto comigo esse sonho”, conta. Além disso, a confeiteira se preocupa com a experiência passada a cada cliente, com opções criativas e personalizadas.
A primeira grande venda de doces de Andressa foi na Páscoa e, hoje, ela tem na data a maior produção. Crédito: Divulgação
Clássicos e saborosos
Na casa de Noeci Brauwers, 62, cascas de ovos são guardadas durante todo o ano. É assim, com uma boa reserva de casquinhas, que ela consegue dar conta da demanda que surge na época da Páscoa. Só neste ano já foram vendidas cerca de 50 dúzias de casquinhas coloridas recheadas com amendoim doce, o cri-cri.
“A gente tá sempre inventando alguma coisa. É bom para ocupar a cabeça também”, conta Noeci. Há 20 anos ela deu início a produção de artesanato. Há 15, começou a receber pedidos pelas cascas de ovos coloridas. Desde então, quando faltam duas semanas para a Páscoa, ela começa as pinturas. Os amendoins são feitos mais próximos da data. “As casquinhas eu faço sozinha. Os amendoins, às vezes meu marido me ajuda”.
Noeci já tem clientes fiéis que, todo ano, buscam quilos de amendoim para presentear na época de Páscoa. As produções se popularizam tanto no boca a boca, quanto na divulgação pelas redes sociais. Além dos ovos com amendoim, ela também produz as pequenas cenouras com o doce, que podem ser compradas por R$3. A dúzia de casquinhas coloridas custa R$22 e o quilo amendoim doce, R$48.
Aumento na produção
Coelhos coloridos, cenouras, flores de diferentes tamanhos. Por meio de enfeites de chimarrão, Milena Dias, 25, resolveu empreender. Foi na pandemia que surgiu a ideia e, hoje, a Páscoa é uma das épocas mais movimentadas para a produção.
A moradora de Santa Clara do Sul começou a confecção dos acessórios feitos de biscuit e resina como renda extra e, em poucos meses, a demanda era tanta que exigiu a busca por auxílio. Assim, deixou o antigo trabalho como manicure para se dedicar de forma integral aos enfeites. Há um ano, trocou o atelier na garagem de casa para abrir uma loja física na Avenida Emancipação, chamada “Chima Enfeitado”. “Eu gostava disso e comecei as vendas online. Chimarrão é uma coisa que todo mundo toma, então tem demanda”, conta Milena.
Mesmo com o espaço físico, a maior parte das vendas continua sendo online, pelo WhatsApp e Instagram @chima_enfeitado, que passou de 19 mil seguidores nas últimas semanas. São 12 profissionais que produzem os enfeites para a loja.Tudo de forma manual. Em relação à Páscoa do ano passado, a empresária percebe maior movimento e a expectativa é que as vendas aumentem 80% no período.
Como forma de ocupar a mente e ter uma renda extra, Noecir faz dúzias de casquinhas recheadas de amendoim que são encomendas pelos clientes para a Páscoa. Crédito: Júlia Amaral
