31 anos de Travesseiro

Opinião

Raica Franz Weiss

Raica Franz Weiss

31 anos de Travesseiro

Esta segunda-feira, 20, marcou o aniversário de seis municípios do Vale do Taquari. Emancipados em março de 1992, entre eles, estava a cidade de Travesseiro.

Por volta de 1846, o território do atual município fazia parte da antiga Fazenda de São Caetano, que depois deu origem também a Arroio do Meio e Capitão. As terras eram de posse do Capitão Francisco Silvestre Ribeiro. Porém, com a morte do latifundiário em 1848, a área foi dividida entre os herdeiros e vendida aos colonos.

No ano passado, a história de Travesseiro foi eternizada em um livro, de autoria da historiadora Neusa Alberton Bersch. Na obra, consta que a primeira denominação da localidade era Picada Jacaré, devido à grande presença desses répteis.

A campanha a favor da emancipação movimentou a comunidade durante 1991. Crédito: Arquivo Livro de Travesseiro/Divulgação

Alguns registros contam que os primeiros colonos alemães adquiriram terras em 1874, sendo eles Adam Sperb, João Fuchs e os irmãos Guilherme e Pedro Blauth. Outros documentos falam que a colonização só iniciou na década seguinte, por volta de 1880.

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31 anos de Capitão

A primeira escola da localidade foi fundada em maio de 1895, pelo magistrado Gustavo Specht. Pouco tempo antes, em janeiro daquele mesmo ano, Travesseiro também sofreu com a Revolução Federalista, que vitimou nove jovens de Forqueta, Travesseiro, Cairu e Picada Essig.

Os traumas deixados pelos ataques dos maragatos aparecem em registros de várias cidades do Vale e dão dimensão à tragédia que marcou as antigas comunidades.

O desenvolvimento da localidade

As tratativas para a instalação do primeiro telefone iniciaram em 1915 e, em 1922, o primeiro carro de passeio rodou pelas ruas da cidade. O automóvel era o modelo T, da Ford, do comerciante Pedro Pretto.

A energia elétrica só chegou a Travesseiro em 1958, no mesmo ano em que a localidade se tornou o 4º Distrito de Arroio do Meio. A instalação do distrito em si só se deu no ano seguinte, com José Sattler eleito subprefeito.

A emancipação chegou décadas mais tarde, com o engajamento de várias lideranças na luta pela autonomia municipal. A Comissão Emancipacionista foi criada em 1990 e, em novembro do ano seguinte, foi feito um plebiscito para legitimar a emancipação. O decreto que tornou Travesseiro município foi assinado em 20 de março de 1992, pelo então governador Alceu Collares.

Um nome curioso

A origem da denominação de Travesseiro tem explicações distintas. Alguns dizem que o nome tem relação com o arroio que dividia os oitos primeiros lotes de terra, que viriam a formar o município. Esse curso d’água era um local de corrente travessia, um “travesseiro”, entre as colônias. Outra versão diz que esse mesmo arroio também servia como delimitador de terras, um “travessão”.

Aniversário da Cidade das Orquídeas

Há quem diga que o apreço pelas flores veio com os imigrantes, no início do século XX. Seja qual for a origem, garante ao pequeno município de Mato Leitão o título de Cidade das Orquídeas.

Registros contam que a localidade começou a ser colonizada a partir de 1906, quando se instalaram os primeiros imigrantes alemães. Naquele tempo, a Fazenda Boa Vista, como era chamado o território do município, pertencia ao Coronel João de Freitas Leitão, de Rio Pardo.

É em razão dele que os colonos passaram a apelidar aquela localidade de “Leitão’s Wald’, tradução literal de “Mato do Leitão”. O apelido deu origem ao nome da cidade que, em 1957, tornou-se Distrito de Venâncio Aires. A emancipação chegou no mesmo momento que em outras cinco cidades aqui da região, no dia 20 de março de 1992.

O plebiscito para a emancipação ocorreu em 1991. Na ocasião, dos pouco mais de 3 mil votantes, 60,57% votaram a favor da criação do município. Arquivo Câmara de Vereadores de Mato Leitão/Divulgação

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