Aniversário da Cidade Jardim

Opinião

Raica Franz Weiss

Raica Franz Weiss

Aniversário da Cidade Jardim

Ontem, 21, a Coluna Memórias trouxe a história de Capitão. Hoje, é a vez de Colinas, também emancipada em 20 de março de 1992. No livro “Do Taiaçuapé a Colinas”, desenvolvido pelo Centro de Memória, Documentação e Pesquisa da Univates em 2008, os pesquisadores contam que o território onde hoje está o município serviu de palco para muitos confrontos, ainda no século XVII.

Registros mostram que o bandeirante paulista Raposo Tavares estabeleceu uma espécie de “campo de concentração” no primitivo território de Colinas, por volta de 1636. Na época, o local servia de prisão para centenas de indígenas, enquanto os bandeirantes atacavam as reduções jesuíticas na região das Missões. Relatos falam que os exploradores se valeram das históricas rivalidades entre as tribos para aprisionar os nativos.

Primeiros colonos

A colonização em si do território só iniciou no século XIX, como na maior parte do Vale do Taquari. Colinas fazia parte das Fazendas Beija-Flor e Santo Antônio que, por volta de 1815, pertenciam a Ricardo José Vilanova. Mais tarde, as famílias Azambuja e Teixeira também adquiriram terras. Mas o primeiro comprador de origem alemã no território que é hoje Colinas foi João Brentano, entre 1858 e 1861.

Um maior povoamento foi registrado no final do século XIX, quando a região também sofreu com a Revolução Federalista, que traumatizou muitos colonos que viviam por aqui. Em 1913, o território foi proclamado 4º Distrito de Estrela, sob o nome de Corvo. Essa denominação tem origens distintas, alguns dizem que se deve a ave de mesmo nome, que era avistada pelos exploradores da região.

A outra versão fala que os açorianos navegavam pelo Rio Taquari até as proximidades da Fazenda Lohmann (atual Roca Sales). Nesse trajeto, a última ilha avistada no rio era denominada de “Corvo”, da mesma forma que é chamada a última ilha do Arquipélago dos Açores, em Portugal.

Emancipação

1 – O antigo Hotel Corbellini, construído em 1930, era o ponto de encontro mais famoso da então comunidade de Corvo. No local, o proprietário Antônio Corbellini engarrafava vinho e mantinha um boteco, uma cancha de bocha e uma pista de bolão. 2 – Escola Católica do Professor Schmitz, na Linha Júlio de Castilhos. FOTOS Acervo Airton Engster

Os movimentos emancipacionistas iniciaram em 1990 e, dois anos depois, Colinas se tornou um município independente de Estrela. Para reforçar ainda mais a autonomia, o nome de “Corvo” foi deixado no passado, como lembrança do período em que era Distrito de Estrela. A denominação de Colinas foi inspirada na topografia da cidade, circundada por diversas colinas e morros. Já o título de Cidade Jardim faz referência ao zelo que a população tem com seus canteiros e jardins.


HÁ 20 ANOS

Westfälischefest

O município de Westfália estava em festa há duas décadas. A emancipação da “Cidade do Sapato-de-Pau” ocorreu em 24 de março de 1996. Em 2003, a comunidade organizava uma série de eventos nos dias anteriores ao aniversário.

Intitulada Westfälischefest, a comemoração tinha reunido mais de 12 mil pessoas nos quatro dias de evento. Naquele ano, houve desfile de carros alegóricos, exposições, parque de diversão e até futebol com sapato-de-pau.

O sapato-de-pau teve de ser amarrado aos pés para não cair durante os jogos. Arquivo Municipal de Lajeado/O Informativo

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