O Volúpia Bar e Espaço Cultural não abriu as portas no fim de semana passado. No próximo sábado, também não haverá festa. Em vídeo publicado na terça-feira, 14, nas redes do estabelecimento, Cassiana Schuhl e Suiara Matiazi, proprietárias do bar, afirmam que o local tem sido alvo constante de denúncias.
“É um espaço de acolhimento, cultura, de resistência. A gente faz muita coisa aqui além de festa”, diz Cassiana durante o vídeo. Conforme ela, os problemas começaram depois da primeira Parada Livre, evento que ocorreu em junho e reuniu cerca de mil participantes para celebrar o “Mês do Orgulho LGBTQIAP+”. O local também promove palestras e saraus.
Ainda na publicação, as proprietárias afirmam que “as denúncias caluniosas foram arquivadas”, mas seguem ocorrendo. Para dar atenção ao processo, o bar estará fechado nos próximos dias, sem data para voltar a funcionar. O Volúpia fica na rua Augusto Lange, no bairro Americano.
Problemas com alvará e com vizinhança
O presidente da Associação de Moradores do Bairro, Adair Ruppenthal, afirma que a reclamação dos vizinhos é em relação ao barulho e sujeira deixada na rua. Inclusive os fatos foram registrados em boletim de ocorrência. “Não há qualquer tipo de denúncia contra as proprietárias. A única alegação é a sujeira e a baderna. Verificamos a situação legal e o local funciona sem fiscalização por parte do município”, afirma.
Conforme a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag), o alvará do estabelecimento está vencido. A renovação está em análise na Assessoria Jurídica do município. O caso também é acompanhado pelo Ministério Público. Em entrevista à rádio A Hora 102.9, o promotor Sérgio Diefenbach disse que foram solicitados os documentos para averiguações e que o prazo de entrega ainda está correndo.
O secretário da Sedetag, André Bücker, fala sobre ajustes necessários entre os dois lados. “A gente sempre busca que o empreendedor tenha condições de se estabelecer. Mas ele precisa estar dentro das conformidades. Por outro lado, quem tem a residência não pode dizer quem vai ou não ter o estabelecimento. É por isso que existe o Plano Diretor”, afirma.