Crise econômica ou crise cognitiva?

Opinião

Rodrigo Rother

Rodrigo Rother

Professor na UNIVATES e no CEAT - @rodrigorother

Colunista Esportivo

Crise econômica ou crise cognitiva?

Por

O esporte é um fenômeno multicultural, onde todos devem ter acesso e seus benefícios possibilitados a todas as pessoas. Socialmente falando, promove interação entre os participantes, cria um ambiente favorável a novas amizades e uma percepção de que ninguém está sozinho, seja com colegas de time ou mesmo os adversários, pois sem eles não há jogo.

Já biologicamente podemos citar a melhora da saúde, do bem estar, da qualidade de vida, da capacidade física e motora, da autonomia na funcionalidade do sujeito, mantendo-o independente para realizar os movimentos necessários no seu dia a dia. Até mesmo para a cognição, pois percebem-se melhoras nos aspectos ligados ao raciocínio rápido, criatividade, tomada de decisões, elaboração de planejamentos e estratégias e a resolução de problemas.

Se esses benefícios já são importantes para um público adulto, imaginem como impactam em um público composto por crianças e adolescentes, que estão em formação. Estes estímulos mudam o nível de percepção de mundo destas pessoas. Um empresário que contrata uma pessoa com experiências esportivas em sua vida, contrata alguém com iniciativa e valores.

Infelizmente, percebemos uma forte tendência na nossa região à redução (ou cancelamento) de investimentos no esporte, ainda mais de base, sempre que alguma crise econômica se instala. Pior ainda são as “crises fake”, onde a redução do investimento ocorre por outros motivos (cada um entenda como preferir) e a justificativa é a “crise econômica”.

Entendo perfeitamente que as necessidades de saúde, segurança e educação são prioridades na sociedade. Mas me pergunto (e repasso a pergunta para as prefeituras e escolas principalmentes): o investimento no esporte não seria potencializador das soluções para a saúde, segurança e educação?

Enfim… às vezes penso que a crise econômica é um grande problema, mas que a crise cognitiva é um problema muito, mas muito maior. Se quem define os investimentos não for inteligente (seja na iniciativa privada ou no poder público), criarão mais problemas que soluções. Na minha opinião, a pior crise é a cognitiva, pois a própria ignorância não permite ver a solução óbvia.

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