“Independente de significados, a arte está em mim”

ABRE ASPAS

“Independente de significados, a arte está em mim”

Expostas pela primeira vez no Museu do Louvre, em Paris, em novembro de 2022, as obras da série “Colcha de Retalhos”, do artista plástico de Montenegro, Erasmo Breitenbach, 37, chegam a Lajeado para a primeira exposição no Brasil. Além das duas telas que voltaram da França, o artista ainda produziu novos e inéditos quadros expostos na Casa de Cultura de Lajeado neste mês.

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“Independente de significados, a arte está em mim”
Crédito: Divulgação

Como começou a sua relação com a arte?

Desde a infância e durante toda a adolescência eu sempre produzi trabalhos autorais, fazia desenhos por encomenda e pintava murais eventualmente, mas só aos 28 anos senti a necessidade de encontrar a minha própria identidade como artista. Nessa busca comecei a produzir algumas telas e assim fui desenvolvendo esse estilo que eu chamo carinhosamente de colcha de retalhos.

Qual é a sua trajetória profissional?

Sou artista plástico e dançarino licenciado pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Nasci na cidade de Montenegro e minha trajetória nas artes começou muito cedo. Aos cinco anos já desenhava e pintava em toda a superfície que encontrava pela frente. Na adolescência, chamava a atenção com meus rabiscos e passei a vender retratos e peças de roupas customizadas. Ainda no mesmo período, me apaixonei pela dança e passei a integrar o grupo Ginga Brasil, além de dar aulas no Studio Bálance, com o qual rodei o estado em espetáculos e festivais gaúchos.

Que tipo de arte produz e quais materiais utiliza?

Eu não saberia classificar minha arte. Prefiro deixar essa parte para os especialistas no assunto, no momento me interessa apenas poder me expressar e desfrutar do fazer arte. Eu misturo tanto técnicas quanto materiais, usando desde de telas e tintas compradas a materiais em desuso encontrados na rua ou qualquer lugar.

Em que consiste essa tua exposição na Casa de Cultura?

Retalhos é a reunião de diversos fragmentos do meu cotidiano, assim como uma colcha de retalhos é feita de partes de tecidos de diferentes peças, que reunidos e costurados formam algo novo, essa exposição pega recortes de diferentes momentos para contar uma nova história. São cerca de 30 obras entre telas e ilustrações.

Como foi o convite para expor no Louvre?

O convite foi da assessoria artística Vivemos Arte, em novembro do ano passado. A exposição foi de duas das minhas obras no maior museu de arte do mundo. Integrantes da mostra Carrossel du Louvre, as telas abordam o conceito ‘Colcha de Retalhos’ ao intercalar sentidos e percepções a partir do uso de fita adesiva sobre ou sob a tinta. Geralmente eu tento mesclar o objetivo com o subjetivo. Tanto que eu uso esse fundo que eu chamo de “colcha de retalhos”, porque é assim que eu vejo. Para mim, a arte está no processo.

Já tinha exposto em outros lugares antes?

Já havia participado de exposições coletivas na adolescência, mas essa é a primeira fez que faço uma exposição com um conjunto de obras e pretendo expor meu trabalho cada vez mais.

O que a arte significa pra ti?

Tá na minha essência, independente de significados, a arte está em mim.

Como vê o espaço da arte na região hoje?

Pelo que vejo a arte na cidade e na região está bem representada.

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