Como começou a sua relação com a arte?
Desde a infância e durante toda a adolescência eu sempre produzi trabalhos autorais, fazia desenhos por encomenda e pintava murais eventualmente, mas só aos 28 anos senti a necessidade de encontrar a minha própria identidade como artista. Nessa busca comecei a produzir algumas telas e assim fui desenvolvendo esse estilo que eu chamo carinhosamente de colcha de retalhos.
Qual é a sua trajetória profissional?
Sou artista plástico e dançarino licenciado pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Nasci na cidade de Montenegro e minha trajetória nas artes começou muito cedo. Aos cinco anos já desenhava e pintava em toda a superfície que encontrava pela frente. Na adolescência, chamava a atenção com meus rabiscos e passei a vender retratos e peças de roupas customizadas. Ainda no mesmo período, me apaixonei pela dança e passei a integrar o grupo Ginga Brasil, além de dar aulas no Studio Bálance, com o qual rodei o estado em espetáculos e festivais gaúchos.
Que tipo de arte produz e quais materiais utiliza?
Eu não saberia classificar minha arte. Prefiro deixar essa parte para os especialistas no assunto, no momento me interessa apenas poder me expressar e desfrutar do fazer arte. Eu misturo tanto técnicas quanto materiais, usando desde de telas e tintas compradas a materiais em desuso encontrados na rua ou qualquer lugar.
Em que consiste essa tua exposição na Casa de Cultura?
Retalhos é a reunião de diversos fragmentos do meu cotidiano, assim como uma colcha de retalhos é feita de partes de tecidos de diferentes peças, que reunidos e costurados formam algo novo, essa exposição pega recortes de diferentes momentos para contar uma nova história. São cerca de 30 obras entre telas e ilustrações.
Como foi o convite para expor no Louvre?
O convite foi da assessoria artística Vivemos Arte, em novembro do ano passado. A exposição foi de duas das minhas obras no maior museu de arte do mundo. Integrantes da mostra Carrossel du Louvre, as telas abordam o conceito ‘Colcha de Retalhos’ ao intercalar sentidos e percepções a partir do uso de fita adesiva sobre ou sob a tinta. Geralmente eu tento mesclar o objetivo com o subjetivo. Tanto que eu uso esse fundo que eu chamo de “colcha de retalhos”, porque é assim que eu vejo. Para mim, a arte está no processo.
Já tinha exposto em outros lugares antes?
Já havia participado de exposições coletivas na adolescência, mas essa é a primeira fez que faço uma exposição com um conjunto de obras e pretendo expor meu trabalho cada vez mais.
O que a arte significa pra ti?
Tá na minha essência, independente de significados, a arte está em mim.
Como vê o espaço da arte na região hoje?
Pelo que vejo a arte na cidade e na região está bem representada.