Tributo às mulheres

Opinião

Ledi Giongo

Ledi Giongo

Secretária Executiva da Cooperativa Dália

Tributo às mulheres

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Chegamos ao mês de março, o que me reporta ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta dia oito. Mulheres: trata-se de um tema que, ao longo do tempo, tornou-se polêmico, seja pelas conquistas que vimos obtendo, ou pelos casos de feminicídio, constantemente ocorridos e divulgados. O fato é que o mundo está em constante e contínua mudança e isso foi mais facilmente assimilado pelas mulheres do que pelos homens e, talvez, esta seja a razão pela qual elas evoluíram mais rapidamente.

Não há como negar a atuação e a participação das mulheres nos mais variados segmentos, sejam políticos, econômicos ou culturais, mesmo que o reconhecimento financeiro não seja igual ao obtido pelos homens. Em tempos em que 45% das famílias são chefiadas por mulheres, penso que a ascensão feminina é um caminho sem volta, embora o rendimento médio delas seja 20% inferior ao dos homens. E, como diz o ditado, “as mulheres podem fazer tudo o que os homens fazem e ainda o fazem de salto alto”. Por isso, a preferência é pelo respeito, em detrimento às flores, estas oferecidas esporadicamente, mas o primeiro – o respeito – precisa ser em tempo integral.

Penso que há somente uma questão em que a mulher geralmente é inferior ao homem: a força física. Mas também é sabido que, sempre que faltam argumentos (leia-se inteligência), sobra força física (leia-se violência). E isso se aplica em todas as situações. Senão, vejamos: quando os pais agridem os filhos? Quando não têm argumentos ou não sabem replicar uma situação ou simplesmente estão desprovidos de razão e, então, encerram o assunto, na melhor das hipóteses, com umas palmadas. É uma cultura que ultrapassa os séculos e, portanto, de difícil mudança. Em relação às mulheres, a violência não escolhe cor e nem classe social. Ela simplesmente acontece e, em meio a ela, há apenas uma certeza: uma vez instalada, não cessa. Então, só existe uma saída: ao primeiro golpe, é preciso afastar-se para que não volte a acontecer.

Não é factível que o amor sobreviva à violência, à dor física, à humilhação. Amor remete à proteção, ao afeto, à vida, à parceria. Então, se amar significa cuidar e proteger, não há como justificar o abuso e a agressão física e, não raro, psicológica, à mulher com o objetivo de destruí-la emocionalmente.

A força intelectual sempre prevalecerá sobre a física, pois esta se resume a uma prática: a violência, enquanto a primeira tem seu leque ampliado para sentimentos, que vão desde a compreensão até a compaixão. E isso leva ao crescimento conjunto de toda a família: pais, filhos, irmãos e próximos.

Neste sentido, todos nós temos o compromisso de introduzir no meio em que vivemos uma nova cultura: a de que todos – homens e mulheres – somos iguais e, por isso, dignos de respeito, independente de força física ou grau de inteligência. E essa nova cultura passa por um processo de disseminação, a começar pelas crianças, ensinando-lhes, desde a tenra idade, que não há tarefas distintas para meninas e meninos na família; a responsabilidade é de ambos. Cabe à mãe a tarefa de gestá-los e gerá-los, mas o afeto, o sustento e a educação são esperados do pai e da mãe.

Eis aí um bom começo para a introdução de uma nova cultura: direitos e responsabilidades iguais para ambos os sexos. Pensar diferente é colocar uma viseira além dos olhos!

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