Em debate, o freeflow

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Em debate, o freeflow

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O pré-projeto de uma nova ponte sobre o Rio Forqueta, com o objetivo de aproximar ainda mais as cidades de Lajeado e Arroio do Meio, gerou algumas dúvidas entre agentes públicos e privados que debatem de forma insistente e    necessária sobre o projeto de concessão da ERS-130/ERS129. Segundo articulistas, uma nova ligação entre os dois municípios poderia atrapalhar a luta pela instalação do freeflow no trecho urbano da rodovia. Isso porque a ponte proporcionaria ainda mais condições para os motoristas evitarem o trecho estadual, o que, em tese, diminuiria a arrecadação da futura concessionária e poderia atrapalhar o cronograma de obras aguardadas.

Por outro lado, outros agentes públicos e privados não levam em conta essa possibilidade. Para eles, o fato do freeflow garantir tarifas bem mais suaves ao bolso do contribuinte – a ideia é cobrar por quilômetro rodado, e assim diluir o valor cobrado – tende a mudar a cultura de quem insiste em desviar das praças de pedágio. Em suma, o tempo perdido e o fato de encarar vias municipais não compensaria a economia ínfima. Eu também acredito nessa segunda tese. Na teoria, não vale a pena ingressar em uma cidade, enfrentar quebra-molas, semáforos e todos os demais mecanismos verificados em vias urbanas para não pagar um valor quase irrisório em uma rodovia.

Mas ainda tem outro lado a ser debatido. Em diversos trechos da ERS-130 e ERS-129, por exemplo, não há qualquer divisão entre a pista de asfalto e as vias (ou extensos recuos) às margens da rodovia. E tem acesso pra tudo. Além de centenas de acessos para vias municipais e propriedades privadas, são diversos os estabelecimentos instalados na beira da estrada. E, ao menos em países com o sistema mais consolidado, as rodovias com freeflow costumam receber a proteção de guard-rails – ou semelhantes –, como forma de proteger o motorista e, claro, evitar que estes mesmos motoristas utilizem as vias marginais para desviar dos arcos de cobrança.

São detalhes de um projeto ainda incipiente, mas que pouco a pouco vai ganhando forma no Vale do Taquari. E isso é uma vitória dos nossos líderes. É fato. No início do processo de concessão, o governo estadual sequer cogitava a possibilidade de instalar o moderno sistema de freeflow nas rodovias gaúchas. Foram os insistentes agentes públicos e privados da região que agendaram o governador e sua equipe, e provocaram um debate mais adulto e ligado às novas soluções. A partir disso, a ferramenta já consolidada em países mais desenvolvidos passou a ser pauta dos secretários estaduais e seus assessores. E o que parecia tão distante em 2021, hoje parece muito mais palpável aos olhos e desejos de muitos protagonistas deste processo. Tomara que dê certo!

Mar de oportunidade

O caderno Documento A Hora de fevereiro, publicado na edição do fim de semana, retratou com precisão um movimento já consolidado em tempos anteriores, mas intensificado ainda mais nos últimos anos. O avanço dos empresários do Vale do Taquari em direção ao litoral norte gaúcho e também às praias mais badaladas do litoral catarinense é mais uma prova da força do empreendedorismo regional. São negócios ligados aos mais variados segmentos econômicos, com ênfase em serviços, produtos e inovações nas áreas da gastronomia, vestuário, hospedagem, construção civil e arte. E há tantos outros negócios que não constam na publicação, mas cujo sucesso  também é uma realidade. Acima de tudo, o material jornalístico serve para despertar o desejo em outros empreendedores. Afinal, ainda existe um mar de oportunidades à beira-mar.

 

Amvat busca maior protagonismo

A primeira assembleia geral da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) sob a presidência de Elmar Schneider contou com representantes de 20 cidades. No encontro, e além de debater e iniciar mudanças no próprio estatuto, os prefeitos também acertaram que a entidade fará parte da Comissão Tripartite organizada pela CCR Viasul para debater eventuais alterações e incrementos no contrato de concessão da BR-386. Sobre isso, um ofício (foto) foi encaminhado na quinta-feira passada ao Coordenador de Engenharia Rodoviária da concessionária, Fábio Hirsch.E a reivindicação faz todo o sentido. Sobre o encontro dos gestores, que ocorreu no Estrela Palace Hotel, chamou a atenção a ausência de representantes de Lajeado, o principal município da região. Aliás, a ausência de Marcelo Caumo (PP) nas reuniões da Amvat não chega a ser uma surpresa.

TIRO CURTO

O governo de Teutônia pediu e os vereadores aprovaram em plená- rio, na terça-feira, a criação do Conselho Municipal de Cultura.

• Ainda em Teutônia, os vereadores Evandro Biondo, Valdir Griebeler, Luias Wermann, Cleudori Paniz, Claudiomior de Souza e Hélio Brandão assinam pedido de informação. Eles cobram do Executivo as “informações em relação à perda de recursos oriundos do Fundeb, incluindo valores, motivos da perda e ações que o município tomou para apuração, das causas e responsáveis”.

Por fim, a câmara de Teutônia passa a analisar um importante projeto de lei, que “estabelece a Política Municipal de Saneamento Básico de Teutônia, aprova a atualização do Plano Municipal de Saneamento Básico, atualiza a Política Municipal de Saneamento Básico”.

• Cadastrado no sistema da câmara de vereadores de Encantado no dia 25 de novembro de 2022, o projeto de lei do Executivo para instituir o programa de parceria público-privada e concessões do município ainda não foi para votação no plenário. E, por duas vezes, a pauta recebeu pedido de vistas por parte do mesmo vereador, Marino Deves (PP). Ambas em dezembro.

Da mesma forma, outro importante projeto, protocolado um mês antes, também repousa em banho-maria na câmara encantadense. Trata-se da proposta de “estruturação de sistemas, mecanismos e medidas de incentivo e apoio à inovação e tecnológica no ambiente municipal, empresarial, acadêmico e social do município”. Marino Deves (PP) já pediu três pedidos de vista à matéria.

• A demora chama a atenção. Talvez o excesso de viagens a Brasília e de cursos em Porto Alegre (e até mesmo a  ocupação de cargo público em outra cidade) esteja roubando o tempo de alguns parlamentares.

Licitações – e gastos – em Lajeado

Procurador jurídico do município de Lajeado, Natanael Zanatta participou, ontem, do programa Frente e Verso. Ele falou sobre a nova lei de licitações e apresentou números curiosos. Segundo o advogado, o Executivo gastou R$ 255 milhões em compras durante o ano de 2022. desse montante, informa Zanatta, R$ 192 milhões foram pagos à empresa com sede no próprio município, sendo R$ 40 milhões para micro ou pequenas empresas locais. E isso tende a mudar
com as novas regras.

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