História, cultura e patrimônio. Por meio de uma oficina criativa, esses são os temas ensinados aos alunos de 8 a 12 anos que frequentam a Casa de Cultura de Lajeado nas quartas-feiras à tarde. O projeto “Detetives da História” busca estimular, desde cedo, o cuidado e preservação com o passado das cidades.
Com atividades inspiradas na Cartilha de Educação Patrimonial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a oficina teve o primeiro encontro no dia 11 de janeiro e o encerramento será no dia 25. Participam crianças de qualquer escola do município, de forma gratuita.
Ministrada pela professora de história e letras Cassiani da Motta Martins, a iniciativa busca incentivar o contato das crianças com os prédios e objetos que fazem parte da linha do tempo de Lajeado. “Fazemos atividades sensoriais para que eles toquem, sintam. Porque eles passam pela cidade e não têm memórias afetivas. Se não criarem um afeto por aquilo, não vai ser interessante e eles não vão preservar”, destaca Cassiani.
Mais do que ensinar sobre os nomes de ruas, história dos prédios e das pessoas que passaram pelo município, a professora destaca a importância dos alunos perceberem que os patrimônios ainda fazem parte da cultura de Lajeado e que as próprias crianças constroem, hoje, novas histórias.
“Queremos passar para eles que essas coisas que continuam, esses prédios, artefatos, são especiais e mesmo que eu não conheça a história deles, preciso reconhecer como algo importante que deve ser preservado”, conta a professora.
Parte de Lajeado
No segundo dia de oficina, os alunos aprenderam sobre a história da Casa de Cultura de Lajeado e da Igreja Santo Inácio de Loyola, e colaram suas próprias fotos em imagens antigas dos dois patrimônios.
“Quando eles se vêem ali, como parte da história, aquilo faz sentido pra eles, se torna importante, e eles vão acabar cuidando”, avalia Cassiani.
Cada aluno também compartilhou com a turma uma história sua ou da família com a cidade, desde o momento em que os pais se conheceram ou fatos curiosos como enchentes ou festas do passado.
Além disso, visitaram o Museu Bruno Born e a exposição “Lajeado 130 anos”. Yasmin Gonçalves Lima, 8, e Emanuel Guilherme da Cruz, 10, participaram da atividade e voltaram com o celular cheio de fotos para mostrar em casa.
Para Cassini, trabalhar o tema ainda na infância é importante para que as crianças cresçam com a ideia de pertencimento da cidade. “Tenho certeza de que eles vão passar pela Casa de Cultura com os pais e vão contar o que é”. A professora também espera que a atividade desperte a curiosidade dos alunos para outros prédios históricos, e que saibam como identificá-los.