Fundada há 26 anos, em Guaporé, a Smart Tecnologia se tornou referência na produção de telas interativas. Com clientes em todo o país, busca proporcionar uma nova realidade nas salas de aula ao disponibilizar tecnologias acessíveis ao ensino público. Em constante inovação, se abre ao futuro, impulsionada pela veia empreendedora dos gestores.
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Principal acionista da empresa, Ricardo Giovanella participou da primeira edição de 2023 de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Na conversa com Rogério Wink, destacou a trajetória pessoal, com passagens pela vida pública, e o desafio de estar à frente de um empreendimento que contribui para melhores resultados na educação. Além do escritório em Lajeado, possui um estoque em Cachoeirinha e uma unidade na China.
Do pai, Deoclécio – falecido há 28 anos –, Giovanella pegou o gosto pelo empreendedorismo. Teve em casa a referência que precisava para o futuro. “Ele era uma pessoa à frente do seu tempo. Trabalhava com exportação e viajava bastante. Mesmo sem muito estudo, vindo do interior, foi um exemplo de coragem”, afirma. Giovanella lembra que, na adolescência, pensava em seguir para o Direito. O pai, no entanto, o incentivou a ser um empresário, a ter o próprio negócio. “Não é fácil ou simples. Você precisa se preocupar mais, mas quando dá certo, quando constrói algo legal, te orgulha e recebe os méritos. É gratificante”.
ENTREVISTA – Ricardo Giovanella • sócio da Smart Tecnologia
“Todos os nossos clientes compraram de novo conosco”
Wink: E como foi o nascimento da Smart Tecnologia?
Giovanella: Ela é uma empresa de 26 anos de atuação, não iniciou comigo. A sede era em Guaporé. Começou pensando no atendimento para órgãos públicos, com instalação de redes internas e Windows nas prefeituras. Na época, as administrações não tinham equipes de TI e se tornava mais barato e prático contratar uma empresa externa para fazer esse trabalho. Depois, o que vendia mais era a manutenção. Isso foi até 2015.
Wink: E a tua entrada na empresa?
Giovanella: Eu era secretário municipal em Lajeado e sentia dificuldade na questão das compras públicas. Haviam poucas empresas com capacidade e expertise de atender órgãos públicos. O que buscamos é mais do que vender um produto e entregar um serviço. É fazer com que o valor gasto pelo pagador de imposto se torne uma prestação eficiente para quem utiliza. Fiquei amigo do proprietário e trabalhar com tecnologia sempre foi do meu interesse.
Wink: O fato de ter trabalhado na gestão pública, identificar um problema e achar maneira de resolver, é uma grande sacada. Qual solução tua empresa oferece?
Giovanella: Quando entrei na empresa, começamos a trabalhar com redes externas, pois os órgãos públicos contratavam diferentes links de internet para cada ponto, serviço de segurança, monitoramento externo de rua, controle semafórico, entre outros. Era tudo separado e as vezes esses serviços dependiam um do outro. Dentro dessa linha, conectá-los era o que as prefeituras necessitavam para baratear os custos.
Wink: Como a empresa passou a investir em equipamentos na área da educação?
Giovanella: Em 2018, eu estava num cliente que me questionou se não fazíamos algo que fosse tecnológico para a educação. Saí de lá pensando nisso, no que poderia ser legal e fazer a diferença. Fui atrás das lousas digitais. Seria um troço fora de série, que não tinha no Brasil. Viajei para a China, encontrei as telas, mas precisava de um projeto mais robusto, resistente. Um software específico para trazer facilidade de utilização.
Wink: Você tinha esse produto bem desenhado na tua cabeça?
Giovanella: Eu sabia o que precisava. Achamos um engenheiro lá na China, levamos na fábrica, fizemos um desenho e nesse meio tempo, voltei ao Brasil. Produziram uma, mandaram por avião e começamos a testar. Trouxemos professores e crianças e vimos como foi a interação. Pensamos: poxa, a gente tem um negócio.
Wink: Qual o diferencial do produto?
Giovanella: Nós vendemos, instalamos as telas e deixamos tudo funcionando. Fazemos cursos e treinamentos, pois não adianta ter um equipamento desses e não conseguir operar. Criamos até grupos de WhatsApp com os professores, onde eles podem tirar dúvidas e até pedirem novos treinamentos. O pós-venda é muito importante.
Wink: E como tem sido a aceitação?
Giovanella: O aproveitamento é ótimo e os números demonstram isso, tendo em vista que tivemos 100% de recompra. Todos os nossos clientes compraram de novo. E muitos professores trabalham em prefeituras diferentes, em escolas que tem e outras que não. Aí pedem a compra do produto. Isso ajuda na qualidade da aula, tanto do professor quanto do aluno. Hoje, somos procurados pelo país inteiro. Uma prefeitura vê outra utilizando e percebe que os resultados são bons.
Wink: Como começou o teu envolvimento com a tecnologia?
Giovanella: Quando eu estudei num colégio interno em Taquara, lá em 1993, uma empresa de cursos de informática levou uns computadores, daqueles antigos com tela verde e escuro. Aí o meu pai me deu um computador colorido, o 386 DX2 66, por eu ter feito todo o curso. Aquilo foi um encanto. Era a modernidade chegando, numa era pré-internet. Fez toda a diferença na minha vida. Me abriu o mundo.