Tensão em Brasília I

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Tensão em Brasília I

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Nada justifica os atos de vandalismo cometidos pela parcela de criminosos que participava das manifestações em Brasília. Quem invadiu e depredou os prédios públicos precisa ser punido com o devido rigor da lei. E o mesmo vale para quem instigou ou financiou a depredação.

É assim que as autoridades de segurança precisam agir em todas as manifestações que descambam para a arruaça. Da mesma forma, é preciso criar diversos canais para que as testemunhas denunciem os marginais. E tudo isso, reforço, precisa ser aplicado sempre que houver fato semelhante. Sempre, eu reitero. Independente da ideologia do bandido.


Tensão em Brasília II

Havia de tudo entre aquelas milhares de pessoas de verde e amarelo que protestavam em Brasília. Havia manifestantes pacíficos, sim, mas também vândalos, golpistas, criminosos e, segundo o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), o gaúcho Paulo Pimenta (PT), também havia muitos bêbados protestando contra tudo e contra todos na capital federal.

Multidões são assim. Dito isso, é preciso deixar claro que nem todo eleitor contrário ao presidente eleito compactua com a depredação. Sim, eu sei que isso é obvio. Mas, e diante de tanto obscurantismo e das insistentes e maquiavélicas narrativas, é preciso reforçar o óbvio.


Tensão em Brasília III

A quase implosão de Brasília é fruto de uma tensão que perdura (ao menos) desde 2013, quando iniciaram as manifestações populares do “Vem pra rua”. Na sequência, em 2014, a conturbada reeleição de Dilma Rousseff (PT), já em meio à Operação Lava Jato, e cujo resultado foi bastante achincalhado pelo PSDB nacional. Após o impeachment (ou golpe) da petista, Lula (PT) é preso e, já na campanha eleitoral de 2018, um gravíssimo atentado à democracia: Jair Bolsonaro é esfaqueado em via pública. Depois de eleito, Bolsonaro viveu quatro anos de tensão com a imprensa, oposição e o judiciário. No domingo, a corda estourou.


Tensão em Brasília IV

Lula (PT) não foi bem ao falar para a nação. Em primeiro lugar, foi impreciso (e reforçou a divisão ideológica no país) ao afirmar que a esquerda nunca realizou atos semelhantes. Ora, só os fatos registrados há pouco mais de cinco anos, em 2017, mesmo que em menores proporções (manifestantes atearam fogo em prédios de três ministérios), já atestam a inverdade. Além disso, e sem investigações, o líder petista atribuiu a culpa pelos atos de vandalismo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem se referiu como um “genocida”. Um discurso confuso, frágil, e que culminou com um afago indireto ao ícone comunista, Stálin.


Tensão em Brasília V

Jair Bolsonaro e Lula demoraram para agir neste domingo. O ex-presidente, “refugiado” e acuado nos EUA, deveria ter utilizado as redes sociais para (de imediato) tentar desmobilizar os criminosos que ultrapassaram todos os limites da decência coletiva. Já o atual chefe do Executivo federal demorou três horas para aparecer e assinar a intervenção federal, momento em que a situação já estava controlada e os danos já consolidados. Por fim, e como bem avaliou o colega de Frente e Verso, Fernando Röhsig, o Brasil está sem líderes para conduzir o país. O encontro de Lula com governadores foi um alento nessa segunda-feira. Mas ainda é pouco para tamanha tensão.


Uma nova “Praça do Papai Noel”

O governo de Lajeado apresentou aos vereadores o projeto de remodelação da Praça João Zart Sobrinho, a popular “Praça do Papai Noel”. Localizada no bairro Americano, e hoje cercada de imponentes e modernos prédios residenciais, a pequena área verde deve receber investimentos acima de R$ 100 mil para a construção de novos equipamentos para o lazer dos visitantes, e também na arborização e reforma dos bancos, quadras e demais ferramentas disponíveis no local. As imagens ainda são incipientes. Mas já empolgam os frequentadores.


TIRO CURTO

• Na câmara de Arroio do Meio, o vereador Rodrigo Kreutz (MDB) reforça pedido da comunidade de Morro Ventania para se tornar uma “localidade”.

• Promotor de justiça em Lajeado, Neidemar Fachinetto está de férias. Ele retorna nos próximos dias para finalizar os tramites da sua mudança para Porto Alegre. A partir de março, ele atuará em uma unidade do Ministério Público na capital gaúcha.

• O governo de Taquari anuncia mudanças no secretariado. Os vereadores Luís Porto (PT) e Harry Saraiva Dias (PDT) assumem as secretarias de Assistência Social e de Saúde, respectivamente.

• Assim como diversos deputados, governadores e agentes públicos e privados, a Universidade do Vale do Taquari (Univates) também se manifestou contra os atos de vandalismo contra o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

• Nas redes sociais, muitos internautas compartilham fotos de moradores da região que supostamente participaram (ou financiaram) dos atos de vandalismo em Brasília.

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