Demissões num dia, inauguração no outro

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Demissões num dia, inauguração no outro

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A notícia que marcou a semana foi o anúncio de 500 demissões pela gigante Cooperativa Languiru. São 500 agora, e a previsão de mais 500 em janeiro. Na quarta-feira, em fala a prefeitos, o presidente Dirceu Bayer comunicou desligamentos de pessoas e enxugamento das operações na suíno e avicultura. Sustenta, e faz tempo, que as industrializadoras de proteína animal, como é o caso da Languiru, não tem a atenção e o apoio necessários.

Mais um ano de prejuízo amargado pela instituição forçou medidas de austeridade, tendo em vista a crise que acomete os dois segmentos. Bayer pediu sensibilização aos prefeitos, apoio do governo estadual e fala em dar a volta por cima. E a volta por cima vem justamente com inaugurações. Para surfar a onda positiva de empresas e cooperativas que compram e revendem grãos (soja e milho), a instituição assumiu parte da estrutura do Porto de Estrela.

Nessa sexta-feira, com a presença de autoridades políticas e classistas do estado e da região, e também de centenas de associados, a Languiru justificou o investimento de R$ 40 milhões na aquisição da estrutura portuária. A partir de agora, ela entra no mercado rentável de commodities e avança para um segmento que tem rendido grandes lucros aos players restritos a esta atividade.

Para viabilizar a operação no Porto e também fazer frente a algumas demandas financeiras, a Languiru também vendeu duas operações de supermercado. As unidades de varejo de Arroio do Meio e de Canabarro, em Teutônia, foram vendidas, com possibilidade contratual de serem recompradas num futuro próximo.

Outro fator determinante para a “volta por cima” da cooperativa deverá ser a transação financeira que se costura com o Banrisul. Conversas adiantadas indicam que o banco do Estado deve aportar recursos à instituição, que hoje já possui um índice de endividamento bastante elevado, especialmente contraído das cooperativas de crédito do Vale.

O anúncio de demissões e a exposição de tamanhas dificuldades não deixou de ser surpresa, tendo em vista toda imponência, tamanho, faturamento e expansão que acompanhavam a Languiru nos últimos anos, ao ponto de se tornar uma das maiores cooperativas do estado e país, com faturamento anual na casa dos R$ 2,5 bilhões. Mas, o momento é outro. Que este rearranjo gerencial, ao lado da entrada no mercado de grãos, possa ser, de fato, “a volta por cima” que todos nós queremos e torcemos.

Por tudo que representa e faz a Languiru ao Vale e ao estado, torcemos para que a “volta por cima” venha o quanto antes e mantenha a cooperativa nos caminhos do crescimento e da evolução, tal qual nos acostumamos e comemoramos nos últimos anos.

MOMENTO HISTÓRICO: espaço portuário abandonado faz décadas foi tomado por associados e líderes estaduais e regionais nessa sexta, dia de inauguração do novo segmento de negócios da cooperativa. Crédito: Divulgação


A nova Júlio de Castilhos

A remodelação da Júlio de Castilhos sai em 2023. A obra figura entre as principais ações do governo Marcelo Caumo para o próximo ano. Ao reunir a imprensa local e regional para apresentar um balanço deste ano, Caumo falou sobre as principais ações previstas a partir de janeiro. E a revitalização da Rua Júlio de Castilhos, com calçadão, ciclovia e outras intervenções, está entre as prioridades. Uma das primeiras áreas a serem contempladas é o entorno da praça da matriz, conforme aparece no projeto arquitetônico apresentado em primeira mão à imprensa, nessa sexta-feira.


A todo vapor

A reconstrução da antiga Fumageira Brönstrup, em Santa Clara do Sul, anda a passos largos. Ainda que esteja longe da conclusão, a imponência e a beleza do espaço já começam a chamar atenção. Não restam dúvidas de que será um divisor de águas para o desenvolvimento turístico e econômico do município.

A celeridade das obras também se justifica pela contagem regressiva para a próxima Santa Flor, programada para setembro de 2023. O evento marcará a inauguração do centro de agroecologia, cujo investimento do município se aproxima de R$ 2,5 milhões, sem somar as obras de infraestrutura ao redor dos prédios, previstas para iniciar ano que vem.

Crédito: Rafael Simonis/Divulgação

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