Em um mês, mais de 60 incêndios em vegetação

ESPECIAL

Em um mês, mais de 60 incêndios em vegetação

Defesa Civil gaúcha alerta para dias de muito calor com baixa umidade. Com essas condições, perspectiva é de aumento nas ocorrências de incêndios em matas

Por

Atualizado quinta-feira,
08 de Dezembro de 2022 às 07:59

Em um mês, mais de 60 incêndios em vegetação
Tempo seco eleva a incidência de incêndios em áreas rurais. Bombeiros utilizam água, sopradores e abafadores no combate às chamas. Crédito: Divulgação
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A baixa umidade do ar combinada com escassez de chuva e vento fazem aumentar os casos de fogo em vegetação. O cenário é parecido com o do ano passado em um momento de estiagem onde o combate das chamas também era prejudicado pela falta de água nos municípios.

Conforme levantamento junto aos bombeiros militares das microrregiões de Estrela, Encantado, Lajeado e Taquari, só no mês de novembro deste ano foram 68 ocorrências de sinistro em terrenos ou áreas rurais. Em 2021, atenderam pelo menos 64 casos registrados.

Além do fator relacionado ao tempo seco, o descarte de bitucas de cigarro e vidro em locais de vegetação são os principais motivos para iniciar as chamas. Outra preocupação é com as queimadas para limpeza de área agrícola. De acordo com os bombeiros, esse tipo de situação coloca em risco a vida dos produtores.

A preocupação também aumenta diante da previsão de chuva abaixo da média pelo menos até janeiro do próximo ano. Mesmo com precipitações previstas para os próximos dias, bombeiros alertam a população para reforçar os cuidados diante do elevado potencial de incêndio.

Desgaste profissional

O aumento das ocorrências mobiliza equipes militares e voluntários. Os chamados são para controlar desde pequenos focos a situações em áreas maiores e de difícil acesso. De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros de Lajeado, Delmar Braz do Prado, em entrevista à rádio A Hora, é um tipo de atendimento que desgasta os profissionais.

Além do uso de mangueiras, em locais onde a viatura não tem acesso, os bombeiros utilizam sopradores ou abafadores. “São duas ou três horas de trabalho que levam à exaustão do profissional”, avalia Prado.

Conscientização dos moradores

O Corpo de Bombeiros Voluntários de Colinas e de Imigrante (Imicol) promove em parceria com agentes comunitários a orientação da comunidade. A intenção é fazer com que evitem ações que venham a desencadear situações de incêndio.

De acordo com a comandante do Imicol, Caroline Hauschild, esse trabalho no interior tem ainda o apoio da Emater/Ascar-RS e escolas municipais. “Só no último ano foram distribuídos 855 mil litros de água potável para consumo humano e dos animais. Se precisarmos usar para o combate de incêndios pode faltar para a população.”

Os agentes também orientam sobre os riscos ao fazer queimadas para limpeza de área agrícola. “Além do impacto ambiental, pode provocar acidentes.” A comandante do Imicol entende que esse trabalho surte efeito pelo fato de não ter ocorrências de incêndios florestais durante o mês de novembro.

Nova sede aos bombeiros em Taquari

O combate dos incêndios e demais ocorrências requerem além de efetivo a disponibilidade de equipamentos adequados. Só neste mês de novembro foram 14 atendimentos de fogo em vegetação pela corporação de Taquari. O comando local que recebeu nova viatura de resgate agora busca a construção da sede própria.

Em parceria com o governo municipal, a expectativa é que a estrutura seja viabilizada em dois anos. De acordo com o comandante Celso Martins, são 15 bombeiros que se revezam para dar conta das demandas. “Estamos entre duas importantes rodovias e o maior número de ocorrências têm relação com acidentes de trânsito.”

Martins alerta ainda que em relação aos incêndios, mesmo com o aumento de atendimentos, o cenário em 2021 foi mais crítico. “É uma época do ano crítica, ainda mais por conta do tempo seco e baixa umidade.”

Principais orientações

• Não descartar embalagens de vidro e bitucas de cigarro em áreas de vegetação;

• Evitar queimadas para limpeza de áreas rurais ou terrenos;

• Acionar os bombeiros assim que identificar o sinistro.

Acompanhe
nossas
redes sociais