Confira índices de contaminação dos rios e arroios da região

VIVER CIDADES

Confira índices de contaminação dos rios e arroios da região

Cinco parâmetros foram analisados, conforme resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente

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Confira índices de contaminação dos rios e arroios da região
Foto: Luciane Ferreira
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O índice de coliformes termotolerantes (E coli), que indica a presença de esgoto doméstico na água, teve melhora em 14 pontos, dos 23 analisados na coleta de outubro em comparação a de março. A classe 1 (melhor) passou de dois pontos para nove, a classe 2, de oito para quatro, a classe 3, de três para dois, e a pior classe, de onze para seis. Além dos coliformes termotolerantes, outros quatro parâmetros são analisados, conforme prevê a Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (veja quadro abaixo).

No item coliformes termotolerantes, o destaque negativo foi o arroio Lambari, em Encantado, que passou de 3,5 mil para 92 mil unidades/100ml. De acordo com o biólogo Cristiano Steffens, a variação, tanto para maior quanto para menor carga de E coli depende de diversos fatores. Pouca chuva pode aumentar a concentração, assim como a chuva em abundância favores a depuração da água.

Outra possibilidade é a redução ou o aumento do despejo nos mananciais.

Segundo Steffens, geralmente, a carga e, consequentemente, o índice, não muda muito em áreas urbanas. O contrário ocorre em zonas rurais, quando pode haver períodos com lançamentos de dejetos. A adubação orgânica (esterco), com ação da chuva pode avançar até o manancial, elevando os índices de E coli.

O biólogo destaca que, repetindo as análises no próximo ano, como é previsto no projeto Viver Cidades, será mais fácil entender os padrões de qualidade. As próximas coletas ocorrerão em março e outubro de 2023. “Será possível comparar os períodos e verificar se o comportamento é sazonal ou se são outros fatores.”

Os parâmetros da análise

Oxigênio Dissolvidona Água (OD)

Representa a concentração de oxigênio na água. É imprescindível para preservação da vida aquática. Concentrações muito baixas comprometem a sobrevivência de peixes e outras espécies. A baixa concentração de OD indica contaminação por esgoto (poluição orgânica).

Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)

Representa a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica, ou seja, oxigênio dissolvido na água que foi consumido por bactérias e outros microorganismos nos processos de degradação da matéria orgânica. Valores altos de DBO indicam o lançamento de carga orgânica, principalmente esgoto doméstico, e também efluentes industriais.

Fósforo

É um parâmetro importante para os processos biológicos. Em excesso, pode causar eutrofização da água. A eutrofização de um corpo de água resulta no crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas que, quando mortas, são decompostas por bactérias que consomem o oxigênio da água, tornando-o indisponível para outras espécies. O fósforo está presente nos esgotos domésticos, devido à presença de detergentes superfosfatados e matéria fecal. A drenagem provocada pelas chuvas em áreas agrícolas (dejetos de animais e uso inadequado de fertilizantes) e urbanas também contribuem para contaminação dos cursos d’água. Os efluentes industriais, sem tratamento adequado, também são fontes relevantes de fósforo.

Coliformes termotolerantes

São bactérias encontradas no aparelho digestivo de animais de sangue quente e são indicadores de poluição por esgoto doméstico. A bactéria Escherichia coli (E. coli) é a principal representante deste grupo e é o melhor indicador da contaminação da água por fezes.

Turbidez

Reflete a transparência da água, sendo inversamente proporcional à concentração de partículas. Mudanças bruscas de turbidez são detectadas visivelmente. O uso da terra na bacia hidrográfica pode tornar a água dos rios mais turva. Falta de cobertura vegetal, especialmente de matas ciliares, e erosão levam ao assoreamento do rio e ao aumento da turbidez.

Potencial Hidrogeniônico (pH)

Afeta o metabolismo de várias espécias aquáticas. Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabelece que, para proteção da vida aquática, o pH deve estar entre 6 e 9.

Temperatura

Os organismos aquáticos são afetados por temperatura fora dos seus limites de tolerância. Todos os corpos d’água apresentam variações de temperatura ao longo do dia e das estações do ano. No entanto, o lançamento de efluentes com altas temperaturas pode causar impacto significativo dos corpos d’água.

Nitrogênio amoniacal

A principal procedência é oriunda de esgotos sanitários, os quais lançam nitrogênio orgânico (presença de proteínas) e amoniacal (por meio da quebra de partículas da ureia). Também provém de indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. Emissão em grandes quantidades somada a outros fatores pode afetar negativamente o abastecimento público de água e a preservação da vida aquática.

Resíduo total (resíduos sólidos)

É a matéria que permanece após a evaporação ou secagem da amostra de água. Depositados no leito dos corpos d’água, podem causar assoreamento, o que impacta a navegação e potencializa o risco de enchentes. Também causa danos à vida aquática.

 

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