Região está entre as mais afetadas por desastres naturais, revela estudo

LEVANTAMENTO INÉDITO

Região está entre as mais afetadas por desastres naturais, revela estudo

Inundações são a maior causa de estragos, com destaque para a cheia do rio Taquari em 2020. Pesquisa inédita do governo do RS busca auxiliar Defesa Civil em ações para reduzir danos e transtornos

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Atualizado quinta-feira,
24 de Novembro de 2022 às 08:15

Região está entre as mais afetadas por desastres naturais, revela estudo
Cheia de 2020 impulsionou dados sobre desastres no Vale. Foi a maior enchente em 64 anos na região. Crédito: Arquivo/A Hora
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Um estudo desenvolvido pela Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão coloca o Vale em evidência. Desde 2017, a região foi uma das mais atingidas por ocorrências de inundações. O levantamento, inédito, detalha os prejuízos e a quantidade de pessoas afetadas por desastres naturais.

O levantamento completo considera o período de 2003 a 2021, onde o RS registrou 4,2 mil ocorrências de desastres naturais, conceito que abrange fenômenos extremos ou intensos, causadores de danos às comunidades atingidas. Já no recorte dos últimos anos, 4,4 milhões de gaúchos foram impactados de alguma forma por estes eventos naturais, em 482 municípios.

Produzido a pedido da Defesa Civil do RS, o estudo teve como base os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Ministério do Desenvolvimento Regional. Usou como referência a regionalização que divide o Estado em nove coordenadorias. O Vale faz parte da 8ª Coordenadoria, e tem Lajeado como município-sede.

Mais de 376 mil pessoas foram afetadas, direta ou indiretamente, por desastres naturais nos 62 municípios que integram a 8ª Coordenadoria. Em relação aos danos materiais, quase 40 mil casas foram danificadas ou destruídas, enquanto 1,3 mil prédios ou obras públicas foram atingidos por algum desses eventos no período.

Para o coordenador regional da Defesa Civil, tenente Rivelino Jacques Peixe, o estudo traz um diagnóstico importante sobre a necessidade de cada região. “É importante essa estatística, para que se tenha uma ideia de quais são os municípios mais afetados, quais as políticas públicas podem ser melhoradas e que soluções podem ser adotadas”, pontua.

Prejuízos

Nos últimos cinco anos, das 35,2 mil pessoas atingidas por eventos de inundação no RS, 13,4 mil estão na região de Lajeado da Defesa Civil, o que equivale a 37,98% do total. Os registros são todos da histórica enchente de julho de 2020, quando o nível do rio Taquari passou de 27 metros.

Estrela é o segundo município gaúcho mais afetado por inundações. Foram 4,1 mil pessoas atingidas diretamente. Roca Sales, com 2,2 mil também está entre os cinco primeiros da lista, liderada por Uruguaiana (5,8 mil).

Ao todo, o prejuízo financeiro com inundações no Vale do Taquari passou de R$ 114,9 milhões, o segundo maior do RS. Em relação a danos humanos, foi registrada uma morte em Colinas.

Jacques lembra que a região têm buscado formas de qualificar a resposta a eventuais desastres naturais, sobretudo após o episódio de 2020. “Fizemos diversas ações para integrar as equipes e melhorar as medições. Alguns municípios sempre vão sofrer por estarem à margem do rio. Isso não dá para mudar. Mas podemos fazer com que a comunidade tenha o menor dano possível”.

Outros fenômenos

A região também foi severamente impactada por episódios de estiagem e seca desde 2017. São 226 ocorrências. Quase 200 mil pessoas foram impactadas no período, devido a fenômenos como El Niño e La Niña, que provocam diversas alterações na dinâmica climática. Os prejuízos com a estiagem e a seca na região chegaram a R$ 1 bilhão. Fica à frente somente da região metropolitana.

O Vale também figura no estudo de outros desastres naturais. Deslizamentos foram registrados em Anta Gorda e Imigrante. Já nas enxurradas, Boqueirão do Leão está entre as cidades que mais foram afetadas no período. Em relação aos estragos decorrentes do granizo, Arvorezinha e Putinga estão entre os municípios gaúchos que tiveram mais de três registros.

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