O tempo da vida

Opinião

Ledi Giongo

Ledi Giongo

Secretária Executiva da Cooperativa Dália

O tempo da vida

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Parece título de poesia ou de música sertaneja, mas não. No sentido literal, a vida é realmente assim: vem, segue seu curso e se encerra, às vezes, precocemente; noutras; no tempo que se julga certo. Mas qual é o tempo certo? Ele realmente existe?

O fato é que, quando ignoramos o seu valor e a castigamos, num primeiro momento, talvez, não percebamos que ela pode nos deixar a qualquer instante. Mas vem o tempo de nos mostrar que a noite sucede o dia; passam-se as semanas; os meses, os anos…. Quando nos damos conta, vem o Natal; o ano acaba; outro se inicia. E o que fazemos com o filho que não vimos crescer? Com a saúde da qual não cuidamos? Com os abraços que não compartilhamos? Com os sorrisos que deixamos de expressar?

Nunca podemos esquecer que a vida tem seu próprio roteiro e não nos avisa seu teor, tampouco informa sobre suas alterações. Por isso, a surpresa com as partidas sem aviso prévio, sem despedidas, sem programações. Num piscar de olhos, tudo pode mudar!
Então, é preciso valorizar a vida. A questão é: como fazer isso?

Penso que cada um de nós precisa estabelecer suas prioridades: o que é importante para ser feliz? Quanto minha família representa para meu bem-estar? Quanto dinheiro e prestígio preciso ter para viver bem? Qual o grau de importância que dispenso aos meus amigos? Valorizo meu trabalho? Qual a minha participação na harmonização do ambiente familiar, do trabalho, ou do grupo social em que estou inserido?

Esses questionamentos são essenciais, pois nos levam a reavaliar nossa postura diante da vida, bem como a abrir os olhos e observar os detalhes por mínimos que sejam. Dessa forma, teremos a oportunidade de construir um futuro mais digno e promissor que o de hoje, além de concedermos um significado maior ao que estamos usufruindo.

Em síntese, valorizar a vida é dar sentido ao tempo e entender que é possível realizarmos nossos sonhos sem, necessariamente, usarmos sapatos novos. Ao contrário, podemos descobrir que temos muitas habilidades e capacidades que nos permitem trabalhar em prol de nossas comunidades, famílias, amigos. Com certeza, são atitudes que, a um primeiro olhar, talvez, pareçam insignificantes, mas, se fizermos uma análise mais profunda, quiçá, perceberemos que elas são motivos de realização. Esta, por sua vez, não envolve uma montanha de dinheiro.

Se, por um lado, cada um tem suas metas e objetivos, faz suas escolhas e trilha o próprio caminho; por outro, o ideal seria que as estradas andassem em paralelo e ninguém avançasse o sinal e atropelasse o outro. Mas sempre há pessoas que optam pelo percurso mais fácil sem considerar se essa escolha atrapalha ou não seu semelhante, ou, ainda, se as consequências serão desfavoráveis a elas mesmas.

Mesmo assim, acredito ser possível pensar e recomendar algo positivo: viva de forma que, ao chegar a hora derradeira, naqueles segundos que a antecedem, não lamente o tempo perdido e precise trazer à tona a dramática afirmativa: “eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos e de ter vivido diferente.” Tarde demais. O tempo é implacável!

Enfim, todo dia é um bom tempo de reflexão, seja para renascer ou recomeçar. E cada dia que passa é mais um que desperdiçamos para escrever uma nova história ou simplesmente reavaliar nossa postura diante do bem mais precioso que recebemos: a vida, que pode estar precisando de um ajuste para organizar uma relação pacífica entre o ser e o ter e, com isso, buscar a harmonização e consentir que flua com leveza e paz. Isso se chama felicidade.

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