A promotoria de Justiça de Lajeado promoveu nessa segunda-feira uma roda de conversa sobre a semana da Consciência Negra. A pesquisadora, professora mestre Karen Daniela Pires, abordou como era o trabalho escravo no Vale do Taquari entre os séculos XVIII e XIX.
Os reflexos desses anos estão presentes hoje nos descendentes africanos, afirmou Karen. Por mais que tenhamos grupos sociais que afirmem não existir racismo na nossa região e também não aceitem políticas pensadas à correção dessa injustiça étnica, social e histórica (como as cotas em universidades públicas ou em concursos), acredito ser fundamental garantir mais ferramentas para reduzir a segregação.
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Os diferenciais do Vale do Taquari, de ser uma região próspera, de oportunidades, com melhores indicadores sociais que a média brasileira e gaúcha, estão presentes no cotidiano da comunidade. Em diversas ocasiões, as narrativas repetem como marco a imigração europeia, em especial alemã e italiana.
Apagamos parte da história e da presença dos descendentes africanos no desenvolvimento econômico, cultural e político da região. Não damos crédito ao esforço de gerações de negros e nem mesmo reparamos toda a dor causada ao longo dos séculos de escravidão.
Falar sobre isso, valorizar a cultura afro-brasileira e combater o racismo são temas fundamentais no espectro social para ultrapassarmos mentalidades atrasadas. Precisamos entender, não é obra do acaso a maioria das pessoas negras estarem nos bolsões de miséria de
Lajeado e da região. Também não é apenas o trabalho, o emprego formal, por mais que seja importante, o caminho para a inclusão. Não podemos sustentar meritocracia se nossa população não parte das mesmas condições.
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Crédito: Divulgação
Em tempo
No debate na promotoria de Lajeado, os integrantes apresentaram uma proposta para enfrentar as dificuldades enfrentadas pela comunidade negra, como forma de articular e mobilizar movimentos sociais em defesa dessa população. A ideia é criar um Fórum Permanente Anti-Racista em Lajeado.
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Divulgação
Arte na escola
Artistas finalizam um painel na escola de Ensino Infantil Criança Alegre, no bairro Santo André. A pintura é uma das iniciativas do projeto de extensão Interart, com participação de acadêmicos da Univates e artistas locais.
Hoje pela manhã os alunos personalizam a peça. A bolsista Andressa Eckert explica que a iniciativa busca promover a interação entre crianças e a arte. De acordo com ela, os acadêmicos contatam artistas plásticos da região para participar dos espaços de intervenção em escolas públicas e entidades assistenciais. Na foto abaixo estão Alessandra Westenhofen (e), Andressa Eckert, Lucas Baldissera e Eduardo Walendorff.
CRÉDITOS: FILIPE FALEIRO
A primeira “formatura”
O Alfabeletrando, programa desenvolvido pela Univates por meio de convênio com o governo de Lajeado, encerra com a formatura simbólica de 500 alunos do Ensino Fundamental. Tratam-se de crianças que perderam etapas importantes na alfabetização devido ao período de restrições impostas pela pandemia. O evento será hoje no Centro Cultural a partir das 19h, no Teatro Univates.