Capacitar mulheres para a construção civil é o objetivo do projeto Capacete Rosa, que recebeu duas premiações do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. A iniciativa, que conta com a participação de 18 moradoras do Novo Tempo 1, no Santo Antônio, foi reconhecida na categoria Movimento Social Pessoa Jurídica, e como destaque do ano pela instituição durante evento no fim de semana.
De acordo com a arquiteta voluntária Angélica Silveira, coordenadora do projeto, ao lado da Associação Marinês, a iniciativa foi indicada ao concurso por meio de um professor conselheiro do CAU de Lajeado. Depois de apresentar o objetivo da atividade para outros conselheiros, o projeto foi votado e selecionado para receber as premiações.
O projeto Capacete Rosa consiste em 160 horas de curso, com almoço e visita a construções pela cidade. As mulheres serão capacitadas para ofícios como servente de pedreiro, carpintaria, elétrica e hidráulica básica, além de aprenderem sobre a colocação de revestimentos e pintura. Também haverá dicas de como se comportar nas obras e de segurança do trabalho. Ao fim da capacitação, elas recebem um diploma durante a formatura.
Desde o primeiro encontro do grupo, no dia 12 de outubro, as voluntárias à frente da iniciativa buscam parcerias com empresas que atuam na área da construção civil. As aulas ocorrem a cada 15 dias e, a partir do dia 8 de dezembro, serão transferidas da sede no Novo Tempo 1 para a Univates. A data também marca a última reunião do ano. As participantes retornam às atividades no dia 9 de fevereiro.
“O projeto criou corpo com a entrada da Univates. Com o convênio, a universidade vai ceder espaços físicos para que aconteçam as aulas e alguns professores do curso de arquitetura e engenharia vão participar para complementar as aulas teóricas”, destaca Angélica.
A arquiteta acredita que a construção civil é uma área nova para as mulheres, mas que oferece diversas possibilidades às participantes do curso. “O Capacete Rosa não é só sobre oportunizar uma vida digna para mulheres da periferia, mas mostrar que é um mercado novo que se abre para toda mulher que queira trabalhar na construção civil”, destaca a profissional.
