Expovale + Construmóbil discute  o futuro do trabalho

EXPOVALE + CONSTRUMÓBIL

Expovale + Construmóbil discute o futuro do trabalho

Atividades técnicas abordam planejamento de carreira, legislação sobre MEIs e as capacidades profissionais para se manter no mercado. No último fim de semana da feira, destaques ficam por conta da programação voltada ao entretenimento, cultura e shows

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Expovale + Construmóbil discute  o futuro do trabalho
Organizadores estimam 30 mil visitantes no fim de semana. Sábado e domingo serão dedicados a entretenimento, lazer e a cultura. Crédito: Filipe Faleiro
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Carreira, empreendedorismo e mercado de trabalho no futuro. Esse tripé sustentou os debates no espaço Pro_Move e SebraeX na Expovale+Construmóbil. A primeira atividade foi o Dia do MEI (Microempreendedor Individual).

Responsáveis pelas Salas do Empreendedor, de diversos municípios da região dos vales do Rio Pardo e Taquari, tiveram uma tarde de formação com a especialista em MEIs do Sebrae, Giulia da Silva Mattos.

O intuito do encontro se sustenta na necessidade de padronizar orientações aos empreendedores que buscam as salas, ressalta. De acordo com ela, ainda que haja facilidade para concessão de CNPJs, é preciso orientar os microempreendedores para evitar desgaste com as fiscalizações e problemas jurídicos.

Neste sentido, as exigências legais dependem do tipo de atividade e também dos critérios estabelecidos pelos planos diretores das cidades. Casos de atividades gastronômicas em locais impróprios, serviços de estética em residências compartilhadas (casas germinadas ou sobrados), bem como a exigência ou não de alvará de funcionamento.

“Muitos MEIs ingressam neste sistema para conseguir alguma renda. Sabemos que muitos estão com dificuldades financeiras e encontram ali uma oportunidade. Por vezes, a falta de informação cria impasse com os municípios. Há quem investe para trabalhar e acaba barrado por não cumprir com a lei.”

Assistente de Relacionamento com os Clientes do Sebrae, Fernanda Sciascia, o Dia do MEI foi pensado para reduzir a distância entre microempreendedores e atendimento. “Acreditamos ser necessário alinhar o atendimento em busca de soluções”, frisa.

A programação da Expovale+Construmóbil encerra neste. A feira é uma realização da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e do governo municipal, com patrocínio ouro de Lojas Benoit, BrasRede, Cooperativa Certel, Bebidas Fruki, Grupo Imec, Mondial Caminhões e Sicredi Integração RS/MG. Os patrocinadores prata são Florestal Alimentos, Girando Sol e com apoio da Unimed VTRP.

Responsáveis pelas Salas do Empreendedor, de diversos municípios da região, receberam orientações de especialista em MEIs do Sebrae, Giulia Mattos. Crédito: Filipe Faleiro

Formação profissional e carreira

As exigências do mundo do trabalho interferem sobre o treinamento, habilidades e ingresso nas empresas. É o que afirma a instrutora de gestão na unidade de Lajeado do Sest/Senat, Ana Luisa Roolaart.

Especialista em desenvolvimento pessoal, ela palestrou sobre “Empregabilidade no novo normal”. De acordo com ela, as dinâmicas e processos em todas as áreas são transformados pelas tecnologias. “Estimativa do Fórum Econômico Mundial alerta para a abertura de 97 milhões de oportunidades para profissionais, em especial na indústria da tecnologia, na inteligência artificial e na gestão de pessoas.”

Junto com isso, ressalta a preocupação em termos de pessoas aptas para ocupar esses espaços. Na análise dela, ainda que haja mais presença do aparato tecnológico, o conhecimento humano e a habilidade de gerenciar, aconselhar, tomar decisões e interagir são fundamentais. “Tudo isso mostra a necessidade de nos adequarmos ao mundo do trabalho. Buscar novos conhecimentos, em diferentes áreas e sempre nos aprimorar. O conhecimento específico perde espaço.”

O diretor operacional da unidade do Sest/Senat, Luciano Fontana, acrescenta a necessidade do planejamento de carreira. No ramo de atuação do serviço, voltado ao transporte e logística, aponta que uma das dificuldades das empresas para contratar motoristas está na atualização. “Saber dirigir e ter conhecimento básico de mecânica hoje é insuficiente. Os caminhões têm muita tecnologia embarcada. Por vezes, a experiência do passado se torna obsoleta.”

Últimos dias

Sábado e domingo serão dedicados para o entretenimento, lazer e a cultura. O presidente da Expovale, Miguel Arenhart, estima superar 30 mil visitantes nos dois dias. “A expectativa é muito boa. Teremos um fim de semana de calor, o que deve atrair o público.”

Com os mais de 10 mil visitantes nessa sexta-feira, Arenhart acredita que será possível ultrapassar o número de acessos da edição de 2018, quando 87,5 mil pessoas estiveram no Parque do Imigrante.

Na tarde dessa sexta, a organização iniciou a entrega dos questionários da pesquisa de satisfação com os expositores. Os resultados tanto de público, de negócios e da opinião das empresas participantes serão apresentados no domingo, durante coletiva de encerramento a partir das 18h.


ENTREVISTA – Cristiano Zanin • diretor executivo da Agência de Desenvolvimento Local (Ágil)

“A educação precisa ser prioridade”

O preparo das pessoas para o mundo do trabalho precisa começar antes. É o que afirma Cristiano Zanin. Na avaliação dele, experiências de aprendizado com vistas no ingresso ao mercado mostram a possibilidade de reduzir o vácuo de profissionais nas empresas.

A Hora – O espaço Pro_Move mantém debates permanentes sobre tecnologia, inclusão profissional, empreendedorismo e temáticas relacionadas ao trabalho. Qual a estratégia por trás dessas programações?

Cristiano Zanin – Trazer à Expovale+Construmóbil um local para estimularmos as pessoas sobre esses novos aspectos. Hoje é fundamental pensar em carreira. Dentro do nosso grupo do Pro_Move, em especial das empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), fica muito claro a necessidade de desmistificarmos alguns conceitos. Como se trabalhar com tecnologia fosse só conhecer de programação, de hardware, de software.
Existe uma capilaridade dos dispositivos digitais que ultrapassam demandas tecnológicas. Está no que o médico, o advogado, o administrador, contador, precisam em termos de sistema.

A Hora – Como preparar os profissionais para essas transformações no trabalho?

Zanin – Bato muito na tecla do ensino. A educação precisa ser prioridade. Com mais ofertas voltadas às áreas tecnológicas. Dentro da Agil investimos em um programa chamado “Mais pra TI”. São ofertadas bolsas de estudos em níveis básico, intermediário e avançado. Ensina-se desde o básico da programação, até elaboração de aplicativos e criação de bancos de dados, com análises de informações.

Aqui em Lajeado, temos o Trilhas da Inovação, que repassa conhecimentos iniciais para alunos do Ensino Fundamental. A própria Univates iniciou formação em Tecnologia da Informação, com um modelo pioneiro, em que o estudante pode começar a pagar após entrar no mercado de trabalho.
Temos ações em curso, com resultados positivos. Manter e fortalecer essas estratégias é fundamental.

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