Expovale também é agro

Opinião

Felipe Neitzke

Felipe Neitzke

Coluna aborda os destaques relacionados ao agronegócio

Expovale também é agro

Quatro anos após a última edição, a Expovale retorna de forma conjunta com a Construmóbil. Além de todos os destaques do comércio, indústria, turismo e construção civil, o agronegócio também mostra sua força. Aliás, tem o setor primário em suas origens quando na década de 60 surgiu como Feira Nacional do Laticínio (Fenal).

Agora, chama a atenção a quantidade de agroindústrias no pavilhão da agricultura familiar, são 47, e os demais expositores ligados ao setor. Uma tendência das grandes feiras, a exposição de máquinas, implementos e tecnologia aplicada ao campo também está presente no Parque do Imigrante, em Lajeado. A diversidade de marcas e modelos são atrativos para quem visitar a área externa do parque. Outro destaque é o valor de algumas máquinas que superam R$ 2 milhões.

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Esses investimentos de cifras milionárias no agro seguem crescentes na região por conta da valorização das principais culturas, no caso o milho e a soja. Nesse aspecto, a feira ainda contribui para condições especiais que são oferecidas pelas cooperativas de crédito para quem fechar negócio durante a Expovale.

A feira ainda vai além. Mostra a força da indústria de alimentos, da capacidade que o Vale do Taquari tem em completar o ciclo da cadeia produtiva, desde o processo inicial na propriedade à venda do produto nas gôndolas dos supermercados. Nesse sentido, a região avançou muito desde a última Expovale, as cooperativas de alimentos investiram e multiplicaram resultados.

Cabe durante a feira brindar as conquistas, mas também ampliar debates sobre os desafios. Parece ser o entendimento de líderes da região que é preciso investir cada vez mais no processamento da produção local para agregar valor.


Colheita de citros chega ao fim

As condições do tempo favoreceram para a maturação das frutas com boa qualidade, mesmo com a redução do volume de chuva em outubro. Conforme o boletim semanal da Emater/RS-Ascar, na regional de Lajeado, as temperaturas amenas contribuíram para a redução de doenças. Além disso, o período prolongado de floração gera boas expectativas para a safra de 2023.


Trigo atrasa plantio da soja

Levantamento da Emater/RS-Ascar indica que somente 12% das áreas plantadas com trigo foram colhidas no RS. Pela média histórica esse percentual deveria ser superior a 60%. A demora do produtor em retirar os grãos da lavoura atrasa o plantio da soja. Nesse sentido, a preocupação é com o novo período seco que pode impactar no desenvolvimento das plantas e comprometer o desempenho da cultura.


Novo cadastro e a aposentadoria rural

O Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) começou a ser emitido em 1° de novembro. Ele substitui a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). O novo formato passa a ser mais amplo e além da exigência para acessar políticas públicas e programas de crédito subsidiado, também é uma forma de facilitar o acesso à aposentadoria rural. Mesmo que não seja uma exigência para encaminhar o benefício, instituições ligadas ao setor orientam para que os produtores façam a inscrição.


Carnes sustentam recorde das exportações gaúchas

As vendas do agronegócio reduziram 19,3% em comparação ao período de janeiro a setembro do ano passado. Ainda assim, o desempenho é positivo por conta da valorização dos produtos com aumento do preço médio em 24%. Os dados foram apresentados ontem pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/RS).

Mesmo com a forte redução nas vendas do complexo soja, com produtividade impactada pela estiagem, outros setores tiveram resultados acima do esperado e compensaram a queda. O segmento de carnes atingiu o melhor acumulado de toda a série histórica (2 bilhões de dólares), puxada pelas vendas de carnes de frango (+30,5%) e carnes bovinas (+46,2%).

Diante deste cenário, o valor das exportações em nove meses alcança 11,6 bilhões de dólares, ante 11,5 bilhões em 2021. Em relação aos destinos dos produtos, a China segue à frente na lista, com 25,7% do total, seguida pela União Europeia (15,8%), dos Estados Unidos (5,2%) e da Índia (4,1%).

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