Domingo teremos a eleição mais concorrida da história do país desde a redemocratização. Desde 1989, temos eleições diretas para presidente e, em todas elas, Lula ou sua influência se fizeram sentir. Bolsonaro concorre pela segunda vez e fará sua estreia numa disputa direta com Lula. Duas personalidades carismáticas, os eleitores divididos e o Brasil numa encruzilhada. O que os sábios têm a nos dizer?
Como podemos avaliar um bom candidato? Responde Nicolau Maquiavel, o célebre conselheiro dos príncipes de Florença: “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.” “Para se tornar verdadeiramente grande, é preciso estar ao lado das pessoas, e não acima delas”,complementa o filósofo francês Montesquieu.
Essa é uma época de muitas promessas. Como aproximar da realidade o canto da sereia dos políticos na época de eleições? Prossegue Montesquieu, famoso pela teoria da separação dos poderes: “Quanto menos os homens pensam, mais eles falam” (…) “A pessoa que fala sem pensar, assemelha-se ao caçador que dispara sem apontar”. E não esqueçam do seguinte,cutucou Maquiavel: “Vale mais fazer e arrepender-se, que não fazer e arrepender-se.”
O quão importante é para um político manter sua palavra? Responde Thomas Hobbes, filósofo inglês autor da obra-prima Leviatã: “O homem é lobo do homem, em guerra de todos contra todos. (…) Os pactos, sem a força, não passam de palavras sem substância para dar qualquer segurança a ninguém.”
Complementa Maquiavel, o príncipe dos filósofos políticos: “São tão simples os homens e obedecem tanto às necessidades presentes, que quem engana encontrará sempre alguém que se deixa enganar”. Dessa forma, “(…) na política, os aliados atuais são os inimigos de amanhã.”
Que conselhos podemos dar aos eleitores para que valorizem seu voto? Responde Max Frisch, arquiteto e escritor suíço: “Quem não se ocupa de política já tomou a decisão política de que gostaria de se ter poupado: serve o partido dominante.” “O maior castigo para aqueles que não estão interessados em política é serem governados por pessoas que estão interessadas em política”, complementa
Arnold J. Toynbee, famoso historiador inglês, finalmente responde Albert Einstein, o pai da teoria da relatividade: “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade”
Nunca houve tanta interferência do Poder Judiciário em uma eleição como nessa. A Suprema Corte anulou as condenações de Lula por um erro formal e o liberou para concorrer. No TSE, vemos um ministro que atua como juiz, promotor e às vezes até como vítima. Com isso, uma parcela considerável da população começa a desconfiar do Judiciário. Isso vai terminar bem? Rui Barbosa, nosso Águia de Haia, responde: “A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta… A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça. Cumpre que enxergue por igual à direita e à esquerda.”
Como a comunicação política é uma guerra de versões onde não importa tanto a realidade, mas sim no que as pessoas querem acreditar, muito se fala em narrativas no Brasil de hoje. Os novos tempos feriram de morte a televisão e os jornais, e trouxeram o celular para a arena política. Por que acreditamos mais nos relatos que nos fatos? Responde Machado de Assis, o maior escritor brasileiro de todos os tempos: “O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.”