Vozes do passado

Opinião

Marcos Frank

Marcos Frank

Médico neurocirurgião

Colunista

Vozes do passado

Poucas instituições no mundo de hoje possuem raízes tão profundas na história quanto o papado e a monarquia. No caso dos papas, ela inicia em 33 D.C., com São Pedro, que permanece no cargo até 67 D.C.. Desde então, foram mais de 265 papas se sucedendo sem interrupção.

A monarquia inglesa, com um rei centralizando o poder, começa por volta do século VI, mas sofre um profundo abalo em 1066, quando os normandos invadem a ilha depois da morte do rei Eduardo, o “Confessor”, sem deixar descendentes. Durante muito tempo, os anglo-saxões perderam todo o poder, inclusive sobre a igreja católica inglesa, e o país mudou substancialmente.

Os reis vão se sucedendo até que, em 1215, uma revolta dos proprietários de terra britânicos impõe ao rei a assinatura da carta magna que limita seus poderes. Mesmo assim rebeliões, guerras entre católicos e protestantes e tramas palacianas foram se sucedendo, inclusive com a execução de um rei em 1649.

Em 1689, a Declaração dos Direitos estabeleceu os direitos do parlamento, as eleições livres, a liberdade de expressão e a proibição dos católicos romanos ao trono da Inglaterra. Essas mudanças ajudaram a estabilizar o reino e foram responsáveis pelo grande crescimento do império britânico nos anos que se seguiram e que culminaram com o período de governo da rainha Vitoria, que governou de 1837 a 1901. Ela foi casada com seu primo, o príncipe Albert de Saxe-Corburg e Gotha.

Após a morte da rainha, ascendeu ao trono seu filho Eduardo VII, um homem com hábitos modernos e que ficara boa parte da vida em papéis secundários devido ao longo reinado da mãe. Ele permaneceu no poder até sua morte em 1910, sendo então substituído por seu filho George V. Foi durante o reinado desse último e devido às fortes tensões com os alemães que o nome da família real inglesa mudou de Saxe-Corburg e Gotha para Windsor.

Elizabeth II, que morreu há pouco, já nasceu como uma Windsor, filha que era de George VI. Este por sua vez, que só chegou ao poder porque seu irmão, Eduardo VIII, abdicou para se casar com uma americana duplamente divorciada. Com a mudança na linha sucessória inglesa e sem um irmão homem, Elizabeth chegou ao trono em 1952. Desde então, até sua morte recente, foi uma rainha elegante, discreta e que sempre evitou controvérsias. Seu lema pessoal era “nunca reclame, nunca se explique” e, pelo visto, funcionou, pois a rainha se foi com um altíssimo índice de aprovação e deixando para o agora rei Charles III o desafio de tentar manter viva a monarquia.

Acompanhe
nossas
redes sociais