Essa semana iniciou o horário eleitoral gratuito. Em um momento onde muitos podem fugir da propaganda o que irá sobrar será algum debate com figuras exóticas enxertadas como candidatos, alguma gafe fatídica ou deslizes que irão acabar nas redes sociais.
O assunto que realmente interessa é a disputa presidencial. E como não surgiram novas lideranças, a discussão é quase binária e mostra um país profundamente dividido e radicalizado.
Dessa forma continuaremos pelo mesmo caminho ou podemos esperar uma guinada? As urnas absolverão Lula ou confirmarão o bolsonarismo? Dito isso, eu me pus a imaginar uma entrevista com os dois, onde a sinceridade fosse absoluta. Leiam e tirem suas conclusões.
Perguntas ao candidato Lula:
O que aconteceu durante o mensalão?
“Quero dizer com toda franqueza: me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento” (…), e “não interessa se foi A, B ou C. Todo o episódio foi como uma facada nas minhas costas”.
Considerando essas práticas como inaceitáveis, dá para afirmar que a delação do ex-ministro Palocci foi uma traição?
“Mexer no Palocci é a mesma coisa que pedir para o Barcelona tirar o Ronaldinho. Eu e Palocci somos unha e carne. Tenho total confiança nele.”
O senhor é considerado um novo “pai dos pobres”. Como será um eventual novo governo com relação as camadas mais humildes da população?
“Não tem coisa mais fácil do que cuidar de pobre, no Brasil. Com dez reais, o pobre se contenta; rico não, por mais que você libere, quer sempre mais, nunca se conforma.”
O seu oponente não é bem avaliado pelo eleitorado feminino. Podemos considerá-lo um feminista?
“Uma mulher não pode ser submissa ao homem por causa de um prato de comida, ela tem que ser submissa a um parceiro porque ela gosta dele e quer viver junto com ele.”(…) “Vamos parar com esse negócio de não votar porque é mulher. Pare de ser besta, foi ela que lhe pariu.”
Como o senhor avalia o outro candidato?
“O Bolsonaro não entende absolutamente de nada a não ser de falar bobagem, a não ser de fazer fake news e a não ser de tentar destruir aquilo que nós destruímos!”
Perguntas ao candidato Bolsonaro:
O senhor é associado constantemente ao período de governo militar. Não acha que houve erros nesse período?
“O erro da ditadura foi torturar e não matar.”
Se reeleito, qual será a sua política para as minorias?
“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso.”
Como o senhor reagiria se tivesse um filho homossexual?
“Para mim é a morte. Digo mais: prefiro que morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo.”
Candidato, como é o seu relacionamento com a imprensa?
“Vá pra p** que o p**. Imprensa de m**. É pra enfiar no r** de vocês da imprensa essas latas de leite de condensado todas.”
Qual sua avaliação sobre Lula e os petistas?
“Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria.”
