Movimento “Este Pedágio o Vale não quer”

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

Movimento “Este Pedágio o Vale não quer”

Pagamos pedágio há 23 anos, sem contrapartida em obras. A região cresceu e recebe, em média, 2,5 mil migrantes/ano, o que a obriga a manter o nível de desenvolvimento que dê renda suficiente aos que aqui residem e aos que chegam, evitando a injustiça social, cinturões de miséria e o aumento da criminalidade.

Por isto, desde 2012 peleamos pela duplicação Venâncio Aires/Muçum, sem sermos atendidos, apesar dos bilhões em pedágio que já pagamos em Encantado e Cruzeiro do Sul, e a renda pública que geramos. Meados de 2021, em reunião regional o Estado divulgou novo Programa de pedagiamento, incluindo-nos no Bloco 2.

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Passados meses, entidades classistas e comunitárias, ante a falta de feedback das autoridades e sem acesso ao governador, obtiveram audiências com Secretários de Estado, sem terem acesso ao projeto e sem eco para as ponderações.

Apenas em fevereiro soubemos do plano de obras, absurdamente incipiente. Somado à tarifa exorbitante de R$ 10/automóvel, posta no edital teimosamente lançado há dois meses, farão nossa região murchar econômica e socialmente.

Com este cenário e a falta de coesão regional, grupo de líderes, em julho, decidiu tentar fazer o Estado retirar de pauta o edital já lançado. Como ação basilar, promoveu Consulta Pública recente, a qual apresentou resultado surpreendente: 98,1% dos votantes é contra o Programa proposto pelo Estado, pedindo que retire o edital e o rediscuta.

Os motivos desta rejeição: 1) o Projeto, mal elaborado, não atende as necessidades do desenvolvimento regional; 2) a tarifa exorbitante de R$ 10/automóvel; 3) o sistema de cobrança é ultrapassado, onera a tarifa e não prevê o de livre passagem; 3) a exigência de Fundo garantidor desnecessário que inibe o deságio da tarifa, além de onerá-la em cerca de 40%; 4) apenas um terço da arrecadação será aplicado em obras; 5) licitação desta envergadura e controversa, a um mês das eleições, pode ser legal, mas não é recomendável.

Por persistir a falta de acesso ao governador, encontramos eco na Assembléia Legislativa, pedindo aos deputados que o sensibilizem a acolher a expectativa de uma região empreendedora, suspendendo já o edital do Bloco 2. E que nos propomos a construir, em conjunto, um Programa bom para todos. Afinal, é para os próximos 30 anos!

Ao concluir esta leitura, largue tudo e contate alguém que ajude a levar o governo a tomar aquela decisão. É a correta para você, os seus, nosso Vale e para o próprio Estado.


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