A frase que dá título a este comentário é do prefeito de Estrela, Elmar Schneider, durante reunião-almoço com o governador do Estado, nessa sexta-feira. Ela pode até representar o desejo individual do prefeito e da maioria dos líderes regionais, mas ela é, neste momento, ufanista e falaciosa.
Existindo essa união proferida, a Amvat não estaria rachada. O prefeito Schneider demonstra disposição em sentar a mesa e tentar reatar os laços com os prefeitos do G18. É um bom início para uma reconciliação, desde que a disposição seja genuína.
Ainda assim, profanar a união do Vale do Taquari, se todos sabem que os prefeitos da região alta saíram da Amvat porque não sentiram representados pela associação, é estranho e flerta com a demagogia. É querer forçar a barra.
G18 – a convicção de acerto em sair da Amvat já não é tão forte. Prefeitos do G18 e que desembarcaram da entidade parecem ter percebido que a ruptura não é a solução para os problemas coletivos. Nem haveria de ser.
Pelo contrário, o Estado continua a ignorar o pleito do G18 em relação ao projeto das concessões das rodovias estaduais.
Aliás, o governador Ranolfo Vieira Júnior reforçou o desejo e a convicção irrestrita do Estado em seguir com o edital e conceder as rodovias estaduais da região à iniciativa privada ainda neste governo.
Ou seja, o tempo nos mostrará, rapidinho, que da briga entre os prefeitos não terá vencedor. Só tem um perdedor: o Vale do Taquari.
Protagonismo e convergência
A Associação Comercial e Industrial de Encantado promoveu evento estratégico e relevante na noite da última quinta-feira. Reuniu empresários, líderes de entidades e políticos em torno de um trabalho de convergência.
Alex Herold, presidente da Acie, foi cirúrgico no seu discurso e invocou a palavra união e associativismo um par de vezes, numa clara demonstração de que rupturas neste momento não favorecem o desenvolvimento regional. O evento organizado pela ACI-E deixa três claras demonstrações:
1ª) a região alta despertou para um protagonismo importante e está disposta a ocupar um espaço no cenário regional. Sobram-lhes razões.
2ª) A classe empresarial não compactua com o rompimento da Amvat, ainda que esteja incomodada com a questão dos pedágios e o famigerado projeto apresentado pelo Estado.
3ª) o protagonismo que a região alta pleiteia é legítimo e necessário e não pode estar atrelado ao que fazem ou deixam de fazer as outras cidades ou regiões do Vale. Não pode ser concorrência, precisa ser convergência.
Transformação e vaidade
Cinco minutos de conversa com qualquer empreendedor de Encantado é o suficiente para perceber o quanto a cidade passa por uma transformação histórica. O projeto Jardim do Acolhimento, apresentado na noite pelo prefeito Jonas Calvi, e o Boulevard Encantado (Hotel Laghetto), apresentado pelo empresário e investidor Fábio Vitória, são de encher os olhos. Ambos sairão do papel logo-logo.
Impossível projetar o tamanho da transformação de Encantado e de toda região nos próximos anos. Fato é que os investimentos no turismo local e regional serão vultuosos e é prudente estarmos atentos e com a mente aberta e arejada para não perdermos para as vaidades e os egos que nos perseguem e insistem em nos diminuir.
Segunda etapa do RUMO
O assunto falta de mão de obra norteia a reunião-almoço da Acil na próxima terça-feira. De posse das pesquisas com empresários e estudantes acerca do que pensam sobre o futuro do trabalho na região, o Grupo A Hora apresentará a segunda etapa do projeto Rumo. Diretor executivo da instituição, Adair Weiss, apresenta a próxima fase do projeto, que consiste em preencher as lacunas diagnosticadas na pesquisa.
Faltam pessoas em todos os lados, em cada setor e em todas as áreas. Já sabemos. Diante disso, mãos a massa para mudar o cenário. Além de Adair Weiss, a reunião-almoço com empresários terá participação do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, e do VP de Inovação e Tecnologia da Acil, Rafael Zanatta.