Região projeta duplicar exportação de noz pecan

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Região projeta duplicar exportação de noz pecan

Após estreia satisfatória no mercado internacional em 2021, produtores iniciam nova safra e buscam superar as 120 toneladas enviadas ao exterior no ciclo passado. Estratégia visa compensar enfraquecimento nas vendas internas

Região projeta duplicar exportação de noz pecan
Produção de noz pecan superou 400 toneladas no Vale do Taquari em 2021. Pelo menos 26% são destinados para exportação (Foto: Felipe Neitzke/Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

A redução de consumo no mercado interno, atrelado às restrições do setor de eventos, fez com que produtores buscassem novas relações comerciais fora do país. O primeiro embarque do produto local in natura para China e Estados Unidos ocorreu no ano passado. Com o aumento da procura no exterior, a intenção é dobrar as exportações.

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Diante do avanço da colheita da noz pecan, iniciada na semana passada e que se estende até junho, o setor se organiza em busca de novos destinos à semente. A estimativa é dobrar o volume comercializado no passado, que chegou a 120 toneladas. Essa quantidade corresponde a pelo menos 26% da produção total do Vale do Taquari.

Entre as cidades que se destacam na cultura, Anta Gorda lidera com cerca de 150 toneladas por ciclo. O empreendimento Nozes Pitol é destaque no processamento e comercialização. Conforme o responsável técnico, Julio Cesar Medeiros, depois de vários anos em tratativas para exportar, no ano passado, venderam para a Tailândia.

“Nossa região é a segunda maior em produção e lidera em número de produtores de noz pecan. Mesmo com os fatores climáticos, o resultado é muito positivo e estamos organizados para mais uma grande colheita”, enfatiza Medeiros.

Além de países asiáticos e Estados Unidos, o setor avança em tratativas com compradores no México e na Europa. “Queremos dobrar o volume enviado ao exterior. É uma forma de compensar a queda de consumo interno”, reforça o técnico.

A dificuldade de comercialização no Brasil estaria atrelada à dependência do setor de eventos. “Com as restrições da pandemia, reduziu a quantidade de programações e por consequência impactou as vendas por aqui”, avalia Medeiros.

Outro entrave para ampliar o potencial regional da noz pecan é em relação à logística. Tendo a ERS-332 como a principal rota da região alta do Vale, suas condições comprometem o transporte dos contêineres. Mesmo com intervenções pontuais na via, a estrada não oferece estrutura ideal para veículos maiores de carga, o que limita a expansão.

Colheita e preço

O início oficial da colheita ocorre nesta sexta-feira, 13, em evento em Encruzilhada do Sul. A programação é organizada pelo instituto IBPecan e conta com apoio de empresas locais. A atividade inicia às 9h, com estações técnicas e mostras de produtos da pecanicultura.

Conforme estimativas do IBPecan, no RS a quebra de safra é estimada em 4,1 mil toneladas. Mas diante do aumento de produtividade em outras áreas que utilizam irrigação e o ciclo de desenvolvimento das nogueiras, o impacto ao produtor será minimizado.

Mesmo que a indústria ainda não tenha aberto a negociação de preços, a expectativa é manter valores da safra passada, quando o quilo da noz com casca foi vendido a R$ 10 e sem casca em média a R$ 80.


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