Hospitais buscam alternativas para manter atendimentos

Saúde

Hospitais buscam alternativas para manter atendimentos

Boqueirão do Leão e Sério mobilizam a comunidade em busca de recursos para evitar o fechamento dos hospitais. Investimentos em infraestrutura e compra de equipamentos são exigências para manter atendimento nas casas de saúde

Hospitais buscam alternativas para manter atendimentos
Bloco cirúrgico do hospital de Boqueirão do Leão está interditado desde 2019. Investimento para reabrir setor é estimado em R$ 200 mil

Estruturas antigas, falta de equipamentos e profissionais insuficientes estão entre as condições que comprometem serviços em hospitais de pequeno porte na região. O apontamento é dos fiscais da Vigilância Sanitária que alertam sobre a necessidade de investimentos e adequações.

Para evitar o fechamento das casas de saúde, gestores buscam alternativas para captar os recursos e garantir o atendimento à população. O Hospital Dr. Anuar Elias Aesse, de Boqueirão do Leão, é uma das instituições que necessitam de ajustes. Desde a interdição do bloco cirúrgico, a referência é o hospital de Arroio do Meio, distante cerca de 80 quilômetros.

Com internações clínicas mantidas, a comunidade do município da região alta do Vale faz campanhas e líderes tentam obter verbas do governo federal para viabilizar as melhorias e impedir a interdição completa.

Já o Hospital de Caridade São José, de Sério, está interditado desde novembro do ano passado. Os atendimentos à população ocorrem na Unidade Básica de Saúde (UBS) e em casas de saúde da região. Além da necessidade de melhorias, a falta de profissionais é uma das situações apontadas em relatórios dos órgãos de fiscalização.

Conforme a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) as melhorias exigidas seguem determinação do Ministério da Saúde e buscam a melhor qualidade nos serviços. “Alguns hospitais precisam apenas pequenos ajustes, outros demandam maior investimento”, explica o coordenador Edegar Cerbaro.

Ainda segundo o responsável pela 16ª CRS, os alertas sobre essa realidade dos hospitais é feito há mais tempo e aos poucos ocorrem os devidos ajustes. Além das melhorias físicas, ajustes de processos e contratação de profissionais incluem a lista de exigências.

Bloco cirúrgico interditado

Cirurgias eletivas e partos estão suspensos no hospital de Boqueirão do Leão, desde 2019. Para retomar o serviço são necessários investimentos em infraestrutura e equipamentos que ultrapassam R$ 200 mil.

Além dessa situação, nova vistoria da Vigilância Sanitária no fim do ano passado apontou necessidade de ajustes em processos e rotinas. Conforme o administrador da instituição, Alessandro Weber, o novo cenário exige planejamento de longo prazo.

“Contratamos uma consultoria especializada, pois também foram exigidas melhorias físicas.”

Os apontamentos, no momento, não interferem nas internações clínicas. A administração municipal já sinalizou com aporte financeiro para promover as adequações. Conforme o prefeito Jocemar Barbon, essa é uma das principais preocupações do governo.

Fechado desde novembro

Após vistoria da Vigilância Sanitária em novembro do ano passado, o Hospital de Caridade São José, de Sério, foi interditado. Entre as exigências à casa de saúde, a permanência de médico 24 horas, instalação de gerador de energia e disponibilidade de respirador mecânico.

O alerta já era feito desde 2020 e neste período, melhorias na estrutura foram providenciadas mas insuficientes para manter o atendimento clínico. Enquanto o hospital estiver fechado, a população é atendida na Unidade Básica de Saúde (UBS) e internações em hospitais de referência da região.

De acordo com o prefeito Sidinei Moisés de Freitas, há tratativas com o governo do estado para reativar o serviço. “Talvez seja necessário formatar o atendimento para um modelo diferente do que a comunidade estava acostumada”, explica o chefe do Executivo de Sério.

Novas reuniões com técnicos da 16ª CRS e equipe do Estado estão previstas para os próximos dias. Ainda conforme Freitas, o aporte mensal do município que antes era de R$ 80 mil será de R$ 140 mil para viabilizar as adequações exigidas.

“É preciso ter condições mínimas de atendimento”

O presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, Fernando da Gama, acompanha essa situação pelo estado e reforça a necessidade das adequações para garantir os serviços.

Segundo ele, na maioria dos casos, a Vigilância Sanitária limita alguns procedimentos até que sejam solucionadas as demandas. “Não há a intenção de fechar essas unidades, mas, ao mesmo tempo, é preciso ter as condições mínimas para atender os pacientes”, comenta.

No entendimento de Gama, a solução aos hospitais de pequeno porte está na adaptação e busca de recursos. “O Estado procurou colocar suas contas com as casas de saúde em dia. Além disso, outro caminho é captar verbas por emendas parlamentares.”


Acompanhe nossas redes sociais: Instagram / Facebook.

Acompanhe
nossas
redes sociais