“Fomos pedir uma cancha e uma biblioteca e voltamos com o projeto de uma escola nova”, relembra Luziane Maria Mallmann. Ela é a presidente do Círculo de Pais e Mestres (CPM) da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Getúlio Vargas.
A quadra de esportes e o espaço para os livros não são as únicas carências da escola mais antiga do município. Na Getúlio Vargas, seis turmas estudam em duas salas de aula ao mesmo tempo. Em novembro, a associação de pais se reuniu com o Executivo e a proposta da nova escola foi definida.
“O CPM ofereceu a área de terras, mas condicionaram que fosse usada para Educação”, conta a secretaria Municipal de Educação, Iliete Winck.
A nova estrutura deve atender 350 alunos e conter uma quadra de esportes. Caso o projeto não se concretize até o fim da atual administração municipal, a área será devolvida ao CPM.
Neste ano, o Executivo formalizou o pedido de verbas para construção do novo colégio. O recurso foi pedido por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O projeto tramita no Legislativo. O vereador Cesar Kortz (MDB) é natural de Passo do Corvo e mora no bairro vizinho, São Caetano. Ele acredita que o projeto passará sem grandes problemas.
“Mesmo sendo oposição, temos que reconhecer que é um projeto bom”.
Kortz diz que a região tem demanda represada para vagas no ensino público. A escola São Caetano tem 460 alunos, com idades entre 4 e 15 anos.
A alta procura é explicada pela concentração de empresas na região. Os pais que trabalham na indústria de produtos de limpeza, Girando Sol, ou na empresa de logística, Sulati, querem deixar os filhos em colégios próximos.
Escola une a comunidade
Com cerca de 20 alunos, uma ação entre amigos em benefício do colégio Getúlio Vargas vendeu mais de 300 galetos no ano passado. Para a presidente do CPM, a instituição consegue unir os moradores do Passo do Corvo. “A escola Getúlio Vargas faz a comunidade daqui se unir. Quando tem um evento, todo mundo pega junto”, relata Luziane.
O baixo número de estudantes já fez com que o fechamento do colégio fosse cogitado. O fim do colégio histórico foi evitado pelo esforço comunitário. O movimento foi liderado na época pelo antigo presidente da associação de pais, Carlos Schneider, que também é responsável pelo transporte dos alunos.
Schneider também regularizou a posse da área que será doada ao município. Ele esteve à frente do CPM por oito anos.
130 anos de história
Fundada em 1892, a escola Getúlio Vargas completará 130 anos em 2021. É a mais antiga de Arroio do Meio.
Ao lado da escola, há uma casa onde moravam os professores. Um dos docentes mais reconhecidos pela comunidade foi Gilberto Westfal, que trabalhou no colégio entre as décadas de 40 e 60. Quando ele se aposentou, ganhou uma grande área de terras.
Entre o terreno do professor Westfal estavam os dois hectares que serão doados para o município e parte do terreno onde hoje está construída a Girando Sol.
