“Os laços que criei com a China vão permanecer para sempre”

ABRE ASPAS

“Os laços que criei com a China vão permanecer para sempre”

O desejo de romper fronteiras e aprender outro idioma fez Bruno Locatelli, 24, largar tudo para mergulhar em uma aventura transformadora. Durante alguns anos, o jovem de Bom Retiro do Sul estudou Mandarim e vivenciou a cultura do país mais populoso do mundo. Em paralelo, conheceu outras nações asiáticas e adaptou objetivos por conta da pandemia

“Os laços que criei com a China vão permanecer para sempre”
Crédito: Arquivo Pessoal

Quais caminhos te levaram para o outro lado do planeta?

Tinha 19 anos, cursava Engenharia da Computação e trabalhava na Rádio Univates. Então, soube da bolsa de estudos oferecida por meio de uma parceria com o Instituto Politécnico de Macau (IPM) para fazer um bacharelado de quatro anos em língua e cultura Chinesa na China. Fiquei interessado, comecei a pesquisar sobre a oportunidade, decidi me inscrever e fui selecionado.

Em dois meses, tranquei a faculdade, saí do emprego, vendi o carro e embarquei para a China na cara e na coragem. Também fiz um intercâmbio de um ano em Pequim. Em suma, dediquei muitas horas semanais para absorção dos conteúdos e aproveitei as horas vagas para fazer trabalhos freelancer e viajar pelo continente.

Como foi a experiência turística pelas nações asiáticas?

Na Ásia, a facilidade de acesso à países vizinhos e a curiosidade pelo desconhecido me incentivaram a viajar. Pude visitar muitas nações e entrar em contato com hábitos e tradições muito distintas. Cada pedaço de mundo desconhecido são aulas que nos fazem crescer como seres humanos.

Expandir nossos horizontes nos torna mais tolerantes e humildes. No Vietnã, por exemplo, tive de fazer uma cirurgia às pressas, uma situação que me marcou bastante por todas as dificuldades em passar por um procedimento cirúrgico num país desconhecido com língua diferente. Nesta ocasião, tive lição de altruísmo dos locais que me ajudaram muito e deram-me apoio durante toda minha recuperação.

E a nova fase em terras brasileiras?

O último um ano e meio do curso foi feito à distância. Me formei na metade de 2021. A ideia era ficar de forma temporária por aqui, mas os planos tiveram de ser revistos. Morei um tempo em Bom Retiro do Sul e depois consegui um emprego em uma exportadora de mel, sediada em Porto Alegre. A empresa também possui relações comerciais com o mercado chinês. Após a formatura, fui contratado por uma multinacional chinesa que estava expandindo as operações no Brasil para trabalhar na matriz em São Paulo como tradutor administrativo de português e mandarim.

Você tem a intenção de voltar para a China?

Sabemos que hoje ainda não é possível ingressar no país por causa dos casos de Covid-19, mas tenho certeza que pisarei em solo chinês muitas vezes no futuro, seja a trabalho, lazer ou estudos. Os laços que criei com a China vão permanecer para sempre e estão presentes no meu cotidiano. A decisão que tomei aos 19 foi o maior ponto de inflexão da minha vida e sou grato pela coragem de abraçar a oportunidade que me possibilitou inúmeras experiências e aprendizados.


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