Vale receberá quase R$ 390 milhões em retorno de ICMS

ECONOMIA

Vale receberá quase R$ 390 milhões em retorno de ICMS

Índices definitivos de participação dos municípios gaúchos no rateio para 2022 foram definidos pela Receita Estadual. Poço das Antas aparece entre as maiores altas do Estado na comparação com ano anterior. Mato Leitão sofre efeito de incêndios em fábricas

Vale receberá quase R$ 390 milhões em retorno de ICMS
Foto: Divulgação
Vale do Taquari

A Receita Estadual divulgou os percentuais definitivos do Índice de Participação dos Municípios (IPM) para 2022. Os 38 municípios do Vale do Taquari, somados, receberão em arrecadação de ICMS quase R$ 390 milhões ao longo do próximo ano. Os dados são de levantamento feito a partir dos números disponibilizados pelo órgão.

Ao todo, o Estado repartirá cerca de R$ 9 bilhões entre as prefeituras gaúchas. O valor dos recursos corresponde a 25% sobre a receita de ICMS prevista para o próximo ano. O cálculo leva em consideração as deduções previstas na Constituição Federal.

Na região, 28 cidades registraram variação positiva. Entre elas, destaca-se Poço das Antas, que teve o maior índice do Vale: 14,8%. O município figura entre as dez maiores altas em arrecadação de ICMS para 2022 no Estado, com quase R$ 7 milhões de retorno aos cofres públicos.

Por outro lado, Mato Leitão registrou a maior queda na comparação com 2021. Serão R$ 6,5 milhões de retorno, quase 10% a menos do que no ano anterior. O município figura entre as dez maiores retrações do Estado. Na região, outras nove cidades tiveram diminuição em seus índices.

Boa condição financeira

Um dos motivos para a alta de Poço das Antas, para a prefeita Vânia Brackmann, é o desempenho do frigorífico da Cooperativa Languiru. O empreendimento gera cerca de 500 empregos. Mas o setor primário como um todo também impulsiona a arrecadação.

“Isso vai nos trazer ainda mais retorno daqui dois, três anos. Essa alta nos dá boa condição financeira para trabalhar outras questões. Um dos maiores objetivos é ter cuidado com as pessoas, o espaço que a gente vive”, frisa a prefeita, que divide os méritos com as gestões anteriores.

O impacto é percebido no orçamento. Em 2021, a projeção era de R$ 18 milhões. Mas houve excesso, e houve arrecadação de R$ 3 milhões a mais. “Para 2022, a previsão é de R$ 21,3 milhões”.

Reflexo de incêndios

Mato Leitão sofreu dois duros golpes num intervalo de um ano, com suas duas maiores empresas atingidas por incêndios. E os reflexos apareceram na arrecadação deste ano, segundo o prefeito Carlos Bohn. Segundo ele, a queda só não foi maior pelo bom desempenho de outros empreendimentos, bem como do setor primário.

Para 2023, acredita, haverá o impacto negativo dos incêndios nas contas públicas. “Foi uma fatalidade o que ocorreu, justo nas duas empresas que mais dão retorno. Já esperávamos uma queda este ano, que poderia ser até mais significativa. Deixamos de arrecadar em torno R$ 1 milhão. Mas, se não fossem os incêndios, estaríamos no outro extremo”, avalia.

Receita importante

Polo comercial e de serviços do Vale, Lajeado receberá cerca de R$ 62 milhões. Apesar da variação positiva de 3,6%, não significa que haverá incremento de repasse ao município. É o que atesta o secretário da Fazenda, Guilherme Cé. Segundo ele, tudo dependerá da efetiva arrecadação por parte do Estado no próximo ano.

“Agora, na virada do ano, acaba a majoração das alíquotas. Então isso vai afetar na arrecadação geral e repasses”, projeta. Pela última atualização, a arrecadação deste ano é de R$ 63 milhões. Apesar disso, Cé ressalta que o ICMS é uma fonte importante de recurso aos municípios. “Em Lajeado, corresponde a cerca de 15% da receita total”.

Entenda o cálculo

  • O índice do IPM é feito anualmente e leva em consideração uma série de critérios definidos em lei e seus respectivos resultados ao longo dos anos anteriores;
  • O fator de maior peso é a variação média do Valor Adicionado Fiscal (VAF), que corresponde por 75% da composição. O VAF é calculado pela diferença entre as saídas e entradas de mercadorias e serviços de todas as empresas localizadas nos municípios;
  • Outras variáveis e pesos correspondentes são população (7%), área (7%), número de propriedades rurais (5%), produtividade primária (3,5%), inverso do valor adicionado per capita (2%) e pontuação no Programa de Integração Tributária (0,5%);

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