“Para quem atua no resgate, não  existe feriadão, Natal ou Réveillon”

Abre Aspas

“Para quem atua no resgate, não existe feriadão, Natal ou Réveillon”

Há sete anos, o enfermeiro Ciro Antônio Saldivia Pimenta, 44, reside em Lajeado. Divide suas atenções profissionais às ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da CCR ViaSul. É um dos trabalhadores que estará na linha de frente do resgate em plena virada de ano, a disposição da comunidade em caso de emergências.

“Para quem atua no resgate, não  existe feriadão, Natal ou Réveillon”
(Foto: Mateus Souza)
Lajeado

Por que você escolheu a enfermagem?

Não tive uma influência familiar ou de amigos. Foi muito pelo ato de cuidar, de saber que é uma profissão que se dedica ao cuidado, à vida do próximo. Você abre mão as vezes do teu cuidado para zelar pelo dos outros, dar maior conforto não apenas ao paciente, mas também para o familiar. Minha vida é 24 horas o atendimento pré-hospitalar, o resgate.

Como é a rotina de atuar no socorro às pessoas?

Eu não encaro isso como um trabalho. Cada vez que acordo, sei que vou para dentro de uma ambulância sem saber o que me espera e quem vai precisar de nós. Estudamos e nos preparamos para isso. É o que me motiva, e me dá prazer ir todo o dia para o serviço. A pessoa que precisa de socorro não escolheu estar naquela situação, mas eu escolhi estar ali para atendê-la. Se acontecer alguma coisa, vou fazer o possível e impossível por ela no meu plantão.

Na sua função, muitas vezes é preciso abrir mão das festas de fim de ano com a família. Qual é o sentimento de estar longe nestas ocasiões?

A enfermagem não te disponibiliza a escolha de plantão. Não se trata de uma obrigação. Encaro isso de forma satisfatória. E receber um “muito obrigado” por um bom atendimento às pessoas é algo que não tem preço. Para quem atua no resgate, não existe feriadão, Natal ou Réveillon. É tudo igual, pois seguimos escalas. Estamos acostumados. Sentimos falta, assim como eles sentem falta da gente, de estarmos juntos nas confraternizações. Mas nós escolhemos este serviço.

Se lembra de alguma história ou acontecimento marcante em um plantão de Natal ou Ano Novo?

Nunca peguei nada tão grave. Mas sempre estamos preocupados, de que um acidente interrompa uma viagem de um pai ou mãe de família, que estejam indo festejar com os familiares. Isso traz muitos transtornos. Mesmo aqueles acidentes com apenas danos materiais acabam estragando as festas das famílias. Quando ocorre algo neste sentido, eu tento minimizar, falo que isso pode ocorrer e que é preciso seguir em frente.

Como será o seu Réveillon?

Estarei no Samu. Lá, sempre fazemos uma janta coletiva. Dividimos tudo e aí começamos a nossa Ceia. Se der tempo, jantamos juntos. Já aconteceu de jantarmos 2h, às 3h, pois estávamos em atendimento. Buscamos confraternizar, mas sempre estamos prontos para atender. E, claro, bebemos guaraná fingindo que é champagne só para tirar foto (risos).

Acompanhe
nossas
redes sociais