Pernil suíno, lentilha temperada com carnes defumadas e o espumante. Alguns dos produtos comuns para a ceia de Réveillon. Neste momento de aumento da inflação e de perda do poder de compra das famílias, a opção para economizar vai além da pesquisa de preços.
Uma maneira de se desvencilhar do preços altos é dividir parte dos custos. “Ainda não definimos, mas pensamos em passar com os familiares em Venâncio Aires”, conta o empresário Rafael Lucas. Ao lado da esposa Ingrid, avaliam a possibilidade de levar alguns itens às festividades deste fim de ano. “Por cima, para a ceia, vamos gastar uns R$ 300. Isso por que não precisamos pagar a carne”, diz Lucas.
As viagens para o litoral, diárias em algum hotel ou no aluguel de imóvel estão descartadas na casa da pedagoga e professora de yoga Letícia Girardi. A decisão da família foi de irem acampar em uma propriedade em Marques de Souza. Vão ela, o marido dela, Ricardo Bottega, e o casal de filhos, Aurora e Raul.
Na logística de irem passar duas noites, tudo precisa ser antecipado. “Só para a ceia, com bastante frutas, espumantes e algo a mais para prato principal, acho que vai ficar uns R$ 250 até R$ 300. Sempre íamos para a praia, mas está muito caro neste ano.”
A reportagem esteve em três supermercados de Lajeado na tarde de ontem para verificar o preço de sete itens mais comuns nas ceias de Réveillon. Nos estabelecimentos, um no bairro São Cristóvão e dois no centro, a variação da cesta chega a 9,8% (confira na tabela).
Gasto médio de R$ 312
Os gastos orçados pelas famílias ouvidas acima vão ao encontro da pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Feita em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o diagnóstico apresenta uma estimativa de que 51% da população fará compras para comemorar a passagem do ano.
O gasto médio esperado é de R$ 312 à ceia. Isso fora as despesas com roupas, sapatos e acessórios. O levantamento estima que, em média, os brasileiros irão gastar R$ 239,54 com vestuário novo para comemorar a passagem do ano.
Aumento de 5,39%
Em nível estadual, as instituições de pesquisa tradicionais, que avaliavam os preços, interromperam o acompanhamento. Desde março do ano passado, a Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), não faz mais esse tipo de serviço.
Os dados mais credíveis são feitos em termos nacionais e referentes às ceias tanto do Natal quanto do Réveillon. Essas informações mostram como a inflação e o aumento típico e o aumento típico do fim do ano impactam a ceia.
Conforme a IBRE\FGV, a ceia está em média 5,39% mais cara em relação ao ano passado. Percentual abaixo do período 2019\20, quando o festejo da virada teve aumento de 13,51%.
