“Inovação é algo que agrega valor no final. Tem que ter um ganho”

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“Inovação é algo que agrega valor no final. Tem que ter um ganho”

Fundador e CEO da BIMachine, Douglas Scheibler aborda desafios do negócio, o momento atual e relembra início da trajetória da empresa, que nasceu na incubadora da Univates

“Inovação é algo que agrega valor no final. Tem que ter um ganho”
Scheibler conversa com Wink: trajetória da BiMachine iniciou com outro nome, há 15 anos. (Foto: Mateus Souza)
Lajeado

Nascida há 16 anos na incubadora tecnológica da Univates (Inovates), a BIMachine se tornou referência no Vale do Taquari quando o assunto é tecnologia e inovação. Sediada em Lajeado e com escritórios em Porto Alegre e São Paulo, a empresa voltada à inteligência de negócios ultrapassou fronteiras e chegou ao mercado internacional.

Criadora da Plataforma Analytics BIMachine, a empresa surgiu com o nome Sol7 Tecnologia de Decisão. O surgimento e a trajetória até o momento atual foram abordados pelo founder e CEO da BIMachine, Douglas Scheibler, durante a 10ª edição de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora apresentado por Rogério Wink.

Natural de Teutônia, Scheibler foi criado no bairro de mesmo nome. Seus pais, como ele define, são empreendedores natos. “Quando eu tinha 1, 2 anos, eles abriram uma pequena fruteira em Estrela.

Começaram a jornada empreendedora, de grandes desafios, com tudo o que é tipo de tentativa. Aí, foram para área de alimentação. Tinham um trailer na frente do Colégio Teutônia”, cita.

Acompanhar a jornada dos pais, de certa forma, inspirou Scheibler. “O negócio era conhecido como Cachorrão. E por muito tempo eles tinham dois trailers, que era onde serviam os lanches e o que nós morávamos. Nós passamos por algumas dificuldades. Mas eles são minhas referências no empreendedorismo como um todo”.

Ensino técnico

Após concluir o ensino fundamental no Colégio Teutônia, foi para o Instituto de Educação Cenecista General Canabarro (Ieceg). Lá, ingressou no ensino técnico e, a partir daí, iniciou seus passos profissionais. Até chegar ao patamar de hoje.

“O Colégio Teutônia te preparava mais para a universidade, enquanto o Ieceg tinha uma formação técnica em processamento de dados. Graças a Deus tive essa oportunidade de ter um ensino de qualidade, o que me tornou uma pessoa muito ampla”.


Entrevista

Douglas Scheibler • Fundador e CEO da BIMachine

“O profissional de TI tem que ser um cara dinâmico e autodidata”

• Rogério Wink – Hoje, qual a grande dificuldade que você percebe na formação de mão de obra na tua área?

Douglas Scheibler – Primeiro, é o interesse. Hoje temos poucas pessoas interessadas em ir para esta área, por incrível que pareça. As vezes por desconhecimento, ou por falta de exemplos na família. Geralmente, o profissional de TI começa cedo. Eu tenho trabalhadores de 18 anos com uma desenvoltura gigante. Tem que ser autodidata, caso contrário o profissional não vive dentro de uma empresa dinâmica. Por isso temos dificuldade de trazer gente mais sênior.

• Quais são suas maiores referências na área?

A área da tecnologia tem muitos players bacanas. Há aquelas clássicas, que todos ouvem falar, como Bill Gates e Steve Jobs. Falando das jornadas mais nacionais, há vários exemplos, que talvez não seja tão interessante nomear. Mas vejo meu pai e minha mãe como o ápice da visão de negócios. Se comprometem com o risco e seguem empreendendo. E gosto também de referências regionais.

• Qual o teu conceito de inovação?

É algo que agrega valor no final. Tem que ter um ganho. Se não, entende que é uma ideia, algo hipoteticamente construído. Isso tem muito a ver com a cultura de testar e ganhar. E aí, falamos das nossas dificuldades, pois temos uma colonização alemã que é avessa ao erro. Acabam testando e inovando pouco.

• Como funciona o negócio da BIMachine?

O que nós fazemos, de forma didática, é melhorar de forma grande ou exponencial a gestão do negócio dos clientes e maximizar os seus lucros. Fazemos análise de gestão num primeiro momento e depois apuramos coisas que são importantes.

• O que precisa para tocar uma empresa de tecnologia?

Muita coisa. Nós, por exemplo, temos uma construção de longo tempo. A origem da BIMachine nasceu em Hannover, na Alemanha, em 2014. Pude estar lá, olhando grandes exemplos internacionais. Entendemos que o mercado iria mudar e que, se não olhássemos isso, teríamos as mesmas dificuldades de começar um negócio do zero. Pensamos bastante até achar um modelo de negócios. Como meu custo sempre foi controlado, consegui competir com estes players.

• Como foi o processo de incubação da startup e o que mudou de lá para cá?

Na época, o nome era diferente: Sol7. BIMachine é o produto que saiu, em 2014, e deu nome à empresa hoje. Mudamos porque não valia a pena defender dois nomes. Fomos incubados até 2008. Na prática, do tempo em que incubamos, mudou da água para o vinho. Hoje, temos a disposição de uma startup condições muito diferentes da nossa.

• E qual a vantagem de incubar uma startup?

A incubação é um processo bom, mas de no máximo dois anos. Ela tem um ganho de custo lá dentro e acha que tem vantagem por estar dentro da academia. Mas que passa a ser zero quando está no mercado, pois se defronta com os desafios reais. Na maioria das vezes, elas tem dificuldades neste aspecto.

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