Dos 38 municípios da região, 25 tiveram resultado positivo em termos de emprego formal em novembro. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ligado ao Ministério da Economia, mostram desaceleração em comparação com os meses de julho, agosto, setembro e outubro.
Nos períodos anteriores, o saldo entre admissões e demissões ficou acima dos 500 postos. Em novembro, esse total alcançou 473. Com o resultado apresentado na manhã de ontem, o Vale chegou ao oitavo mês seguido com criação de empregos.
A economista e professora Fernanda Sindelar avalia os resultados e acredita que eles demonstram a retomada produtiva após o período crítico da chegada da pandemia em 2020. “São dados muito positivos. Coerentes com o próprio desenvolvimento das nossas cidades, das suas características.”
Os municípios considerados polos dinamizadores, com economias voltadas à indústria, serviços e comércio, representam mais de 70% dos postos criados. Mesmo nos locais com saldo negativo, há pouca representação percentual no contexto geral de empregabilidade, diz Fernanda.
“Terminamos o ano superando as adversidades em termos de trabalho formal. O que não acontece em termos nacionais. Vemos os dados da retomada econômica superiores à geração de empregos”, avalia.
O presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT), Ivandro Rosa, estimava um resultado mais próximo do que o visto em outubro. “Continuamos crescendo, mas perdemos um pouco de força. Pensei que novembro seria um pouco melhor. Mas é previsível pela lógica do fim de ano. De agora até março haverá uma desaceleração.”
Apesar dessa perspectiva, o dirigente empresarial considera que o ano foi positivo à região. “Com o registro em carteira, há uma melhora na dinâmica econômica do comércio e dos serviços. Apesar da inflação alta, o reajuste do salário mínimo federal e do piso regional, aumenta o fluxo econômico, contribuindo para o crescimento do PIB regional.”
De forma geral, o ano de 2021 acumula mais de 6,4 mil novas vagas de trabalho. Apenas março ficou no vermelho. Foi um mês impactado pelo o avanço da variante de Manaus do novo coronavírus. Na ocasião, todo o RS estava em bandeira preta, com diversas restrições para atividades produtivas. Entre demissões e admissões, março ficou em -148.
Saldo do Vale representa 6,6% do RS
De janeiro do ano passado até novembro de 2021, o Rio Grande do Sul criou 96.475. Nos 38 municípios da região, esse número foi de 6.390. Em termos percentuais, de todas as vagas de emprego criadas no estado, 6,6% foi no Vale do Taquari.
“É um percentual muito representativo. Temos menos de 3% da área gaúcha. Um percentual quase igual em termos de população. Essa informação quer dizer que a nossa região contratou mais do que outras localidades gaúchas”, avalia a economista Fernanda Sindelar.
Nos 23 meses de análise, há curvas muito semelhantes com relação às quedas. Os meses de março, abril, maio e junho foram de avanço do desemprego em todo o país. Em abril, foram quase um milhão de vagas extintas no Brasil.
Também foi o período com maior queda na história do Vale do Taquari, com mais de 3,9 mil postos encerrados. “Quando olhamos isso, temos de comemorar, pois o pior ficou para trás.”