“Fazia falta esse calor humano. O povo estava carente disso”

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“Fazia falta esse calor humano. O povo estava carente disso”

Natural de Encantado, a auxiliar de serviços gerais Juraci de Oliveira Burghardt, 56, interpreta uma importante personagem do período natalino. Há seis anos, ela integra o grupo dos cortejos da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado. Se veste de Mamãe Noel e leva alegria, amor e esperança às ruas do Centro.

“Fazia falta esse calor humano. O povo estava carente disso”
(Foto: Mateus Souza)
Lajeado

O que te levou a atuar como Mamãe Noel dos cortejos da CDL?

Foi de uma oportunidade que surgiu há seis anos. Eu trabalhava na praça de pedágio de Encantado, e o meu filho Daniel, que era o responsável pelo grupo na época, foi tomar café comigo. Disse que estava preocupado, pois precisava encontrar uma pessoa para substituir a Mamãe Noel, que não poderia participar naquele dia. Então me ofereci. Depois, não parei mais.

Como foram as primeiras experiências com o grupo?

Eu ainda trabalhava no pedágio, mas os horários fechavam. Lá, eu começava às 6h. Nos dias que tinha de vir a Lajeado, iniciava uma hora antes para chegar mais cedo. Aí, saía no meio da tarde. Meu trajeto durava uns 40 minutos. O mês de dezembro passou a ser muito aguardado.

E a rotina atual de Mamãe Noel. Está puxada?

Hoje eu trabalho em Porto Alegre. Nos primeiros dias do cortejo, uma das minhas filhas me substituiu, pois não conseguia conciliar. Agora só fico uns dias aqui. Retomei a função com quatro dias de atraso, e sigo com os cortejos até dia 23. É uma rotina bastante agitada. Tem que ser tudo bem programado para conciliar os horários. Mas sempre dá certo.

O que mais te encanta neste trabalho?

Ver o brilho no olhar das crianças. É por elas que estamos aqui, transmitindo essa alegria. Elas acreditam na magia do Natal e isso é muito importante para nós. Saímos na rua no calor, mas esquecemos disso tudo. Para nós, é uma alegria imensa levar a elas a esperança do Natal. Infelizmente essa magia, nos últimos anos, se perdeu um pouco. A vida das pessoas se tornou muito corrida. Acho que temos de resgatar isso, de mostrar que o Natal é uma data especial, de amor, carinho e esperança.

Imaginou que, um dia, interpretaria a personagem de Natal?

Não. Eu sempre fui uma pessoa muito tímida. Nunca me vi fazendo parte destes grupos. Inclusive, no primeiro ano em que trabalhei aqui, estava muito retraída. Com o passar do tempo, percebi que tinha de me transformar na personagem. Me inspiro muito para isso. Quando estou ali, não sou eu, Juraci. E, sim, a Mamãe Noel. É um trabalho muito bonito. Hoje sou outra pessoa.

Ano passado, os cortejos não ocorreram nas ruas. Como foi retomar o contato com as pessoas na rua?

Fazia falta esse calor humano. O povo estava carente disso, pois ficamos dois anos meio afastados uns dos outros. Não tinha essa alegria. Estava tudo muito restrito. Ano passado andamos na kombi, acenando para o povo, mas sem o abraço e o contato com as pessoas. Fizemos para não deixar passar em branco.

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