Roupas, brinquedos e calçados lideram vendas

vendas no comércio

Roupas, brinquedos e calçados lideram vendas

Média de gasto com presentes será de R$ 569,27, estima Fecomércio

Roupas, brinquedos e calçados lideram vendas
Foto: Filipe Faleiro/Arquivo
Lajeado

A proximidade do Natal traz consigo um intenso movimento nas lojas. Ainda assim, a perda de renda e do poder de compra preocupa o segmento. Pelo que se sabe, o consumidor deixa os presentes à última hora. Esse é um dos detalhes da pesquisa de fim de ano da Fecomércio. No específico, 32,7% das pessoas deixam à semana do dia 25 a ida às lojas.

Nesse domingo, 19, foi uma amostra desse movimento. “Atendemos muitas pessoas, mas pouca venda. Esse ano está diferente, os clientes estão cautelosos”, diz a gerente de uma loja de roupas no centro de Lajeado, Gabriela Souza.

A percepção dela está bem próxima do que o estudo mostra. Pelo indicativo, o principal fator de atração dos clientes é o preço. Em especial quando se divide a relação por classe social. As famílias com renda mais comprometida devido a inflação tendem a gastar menos em presentes (confira no resumo da pesquisa).

“Esperamos que o movimento melhore. Até o momento, está bem abaixo do que projetamos”, afirma Gabriela. Da meta estipulada para o estabelecimento, alcançaram 70%. “Na última semana, estamos uns R$ 40 mil abaixo comparado com o ano passado.”

Entre os presentes mais procurados, estão roupas, brinquedos e calçados. Em outra loja, especializada em produtos voltados ao público jovem, os tênis de marcas internacionais são os preferidos. “No ano passado, os clientes compravam para mais pessoas, só que artigos mais baratos. Agora são menos presentes e mais caros”, diz a gerente, Sabrina Sebben.

Outro item com bastante procura são bolsas. “Junto com os calçados, temos muita saída de itens para as mulheres, em especial a de marca, com custo de R$ 500 ou mais”, conta a gerente de outro estabelecimento, Eliane Maria Westenhofen.

Em análise prévia da Câmara dos Dirigentes Logistas de Lajeado (CDL), o volume de vendas já está superior ao do ano passado. Conforme o presidente, Aquiles Mallmann, os dois domingos foram abaixo da expectativa, porém o horário estendido mostra bons resultados.


Entrevista

“Estamos na semana de ouro”

Patrícia Palermo • economista-chefe da Fecomércio

• Caprichar nas vitrines e nas promoções. Para a economista-chefe da Fecomércio, Patrícia Palermo, os modos de atrair a atenção dos consumidores estão na forma de apresentar os produtos e no preço.

• A Hora – Tendo em vista as diferentes condições em termos de renda das famílias, como pode-se caracterizar o comércio neste Natal?

Patrícia Palermo – Em termos gerais, será muito parecido com o ano passado. A maior diferença está justamente na renda das famílias. As classes mais baixas gastarão menos e isso faz com que o valor total previsto para compra dos presentes caia.

Os motivos para isso estão devido ao mercado de trabalho, com uma reação lenta no nosso estado. Junto com isso, a inflação corrói o poder de compra.

Por outro lado, quando vemos que as classes B e A comprarão mais, pode-se confirmar que foram esses que preservaram seus empregos, que puderam ficar em home office. Se não tiveram ganho de renda, conseguiram fazer uma poupança, pois deixaram de gastar em serviços durante os meses de restrições.

• Qual a perspectiva em termos de resultados?

Patrícia – Depende para quem você vende. As lojas especializadas para o público de baixa renda, o comércio popular, vai sofrer mais com as consequências da perda de renda das famílias. Talvez até haja mais movimento, mas o número de presentes tende a ser menor. Para estabelecimentos voltados para classes mais altas, há uma tendência de compras com mais gastos.

• Nesta última semana, de que forma é possível elevar as vendas?

Patrícia – O que está muito claro é a influência das redes sociais. Como apresenta os produtos e como usa os canais da loja para se comunicar com os clientes. Estamos na semana de ouro. É o ápice das vendas.

Para aproveitar, é caprichar na vitrine. Seja a da loja ou nos ambientes virtuais. O cliente de hoje quer preço, vai optar por o que estiver na promoção. O consumidor está cauteloso e o comerciante tem até sexta-feira para chamar a atenção dele.

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