Projeto que visa diagnosticar os motivos e apontar soluções para a lacuna de mão de obra especializada na região, o Rumo chega a etapa da pesquisa quantitativa com 300 empresários. Os questionários começaram a ser distribuídos primeiro para as empresas de Lajeado e depois serão aplicados nos demais municípios do Vale.
Na manhã de sexta-feira (17) o pesquisador Lucildo Ahlert pediu a colaboração dos empresários em entrevista ao programa Frente e Verso da Rádio A Hora. “Leva de 10 a 15 minutos para responder esse questionário. Será base para um estudo que beneficiará a todos.”
Segundo ele, nos primeiros três meses de atividades, o Rumo desenvolveu um levantamento onde foram ouvidos mais de 600 estudantes. Também foram aplicadas entrevistas aprofundadas com 30 empresários, cujas respostas serviram de base para o questionário aos demais empreendedores.
Conforme Ahlert, a empresa Macrovisão, responsável pela pesquisa, tem acesso à lista com a razão social das empresas e os segmentos de atuação. A partir daí, começa o trabalho de encontrar uma forma de contato e enviar o questionário.
“Uma das dificuldades é que muitas empresas não disponibilizam telefone ou estão com número desatualizado na internet”, afirma. Lembra que a pesquisa é sigilosa e não identifica as empresas ou pessoas responderam ao questionário.
Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora, Fernando Weiss afirma que o Rumo presta um grande serviço à sociedade regional, por isso reforça a importância da adesão dos empresários à pesquisa.
Denominado “RUMO: O futuro da mão de obra na região”, o projeto é realizado pelo Grupo A Hora em parceria com o governo de Lajeado e tem apoio institucional da Acil – 100 anos.
Empresários e estudantes
Um dos empresários entrevistados na pesquisa qualitativa foi Ismael Plack, proprietário da Milton Tintas em Estrela. Para ele, a participação no estudo é fundamental diante da dificuldade de encontrar profissionais qualificados no mercado. “Hoje, sobram vagas de emprego.”
De acordo com Lucildo Ahlert, o objetivo do estudo é justamente compreender a distância entre as necessidades de quem precisa contratar e as de quem quer trabalhar. Por isso, também inclui levantamento com estudantes do nível médio, incluindo aqueles com menos possibilidades de cursar o ensino superior. “Precisamos saber o que eles pensam, com o que querem trabalhar e como pretendem se qualificar.”
Para Fernando Weiss, esse abismo que existe entre o ensino médio e as empresas ameaça a sobrevivência dos negócios regionais. Segundo ele, a automação dos processos amplia a necessidade de mão de obra especializada.
“Essas máquinas precisam de profissionais qualificados para operá-las, assim como as empresas precisam de pessoas preparadas emocionalmente, tecnicamente e que tenham capacidade de lidar com conflito”, ressalta.
Conforme Weiss, o RUMO reúne todos esses elementos em um grande documento com diagnóstico preciso, que deve ser entregue para a comunidade regional em 3 meses.
Publicação e seminários
O resultado das pesquisas, acrescentado de análises, entrevistas e projeções serão matéria-prima de um caderno especial a ser publicado no fim do mês de fevereiro, com o diagnóstico sobre o rumo da mão de obra no Vale do Taquari.
Em março, serão realizados dois seminários com apresentação dos resultados da pesquisa e painel sobre o tema, um para estudantes e comunidade escolar e outro para empresas e gestores públicos. Durante os eventos também serão apresentados os resultados do primeiro ano do Programa Trilhas da Inovação do governo de Lajeado.